quinta-feira, 27 de abril de 2017

Inadimplência do brasileiro tem a maior queda em 7 anos.
 

A grande concentração de inadimplência está no segmento onde a retração foi mais inexpressiva: os bancos.
 

Por Agência Brasil


Inadimplência: quase a metade das dívidas (48,9%) é de pendências com as instituições bancárias (Arquivo/Getty Images)


O volume de dívidas em atraso de pessoas físicas caiu 4,42% em março sobre o mesmo período de 2016, na menor variação da série histórica da pesquisa iniciada em 2010 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O maior recuo ocorreu no setor de comunicação (-18,10%), seguido do comércio (-6,11%), serviços de água e luz (-1,53%) e bancos (-0,05%).
No entanto, a grande concentração de inadimplência está no segmento onde a retração foi mais inexpressiva: os bancos. Quase a metade das dívidas (48,9%) é de pendências com as instituições bancárias. No comércio estão 20,5% dos débitos não quitados e na área de comunicação, (13,9%).
 

Devedores crescem e são 59 milhões
Apesar de ter caído o volume de dívidas, o total de inadimplentes cresceu no primeiro trimestre, somando 59,2 milhões ante 58,7 milhões em igual período de 2016.
Esse universo equivale a 39,36% da população adulta, entre 18 e 95 anos. A maior parte, mais da metade (50,12%), tem entre 30 e 39 anos.
O maior número de consumidores negativados (25,1 milhões) é da região Sudeste, seguido pelo Nordeste com 15,57 milhões; Sul (8,34 milhões); Norte (5,31 milhões) e o Centro-Oeste (4,84 milhões).
O presidente da CNDL, Honório Pinheiro, observou, porém, que diminuiu a intensidade do crescimento da inadimplência.

“Essa desaceleração ocorre desde o segundo trimestre de 2016 e reflete tanto a recessão econômica, que reduziu a capacidade de pagamento das famílias, quanto a redução da tomada de crédito por parte dos consumidores e sua propensão a consumir. O consumidor tem tido maior cautela com compras, além de maior dificuldade para conseguir crédito. Assim, ele se endivida menos e, com isso, torna-se mais difícil ficar inadimplente”, disse.
Pinheiro informou que, na comparação de março deste ano com março do ano passado, o número de inadimplentes ficou 0,36% menor e que esta foi a primeira queda anual desde 2010.

http://exame.abril.com.br/economia/inadimplencia-do-brasileiro-tem-a-maior-queda-em-7-anos/

terça-feira, 18 de abril de 2017

Associações sofrem com inadimplência das empresas.

Estadão Conteúdo
15.04.17

A crise das empreiteiras brasileiras tem afetado em cheio as associações que representam o setor de construção. Sem obras, com o caixa debilitado e atoladas em dívidas, não tem sobrado nem para pagar as contribuições que bancam as entidades de classe. Na Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj), o número de associadas caiu pela metade entre o segundo semestre de 2015 e janeiro deste ano. “Antes tínhamos 220 empresa adimplentes e hoje só 100”, afirma o presidente da associação Luiz Fernando Santos Reis.

Na Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), o cenário também não tem sido fácil. A inadimplência, que antes variava entre 5% e 10%, hoje está em 20%. Além disso, a associação não reajusta a mensalidade há dois anos, afirma o presidente da Apeop, Luciano Amadio. “Quando a situação aperta, eles cortam isso.” A associação também teve de reduzir a estrutura para adequar ao novo nível de receitas.

Amadio afirma que o setor vive a pior crise de sua história e que a recuperação vai levar, pelo menos, dez anos. Santos Reis concorda e diz nunca ter vivido uma crise tão violenta como a atual. Ele conta que dados do sindicato dos trabalhadores da construção do Rio de Janeiro mostram que o número de trabalhadores sindicalizados caiu de 40 mil em dezembro de 2015 para 2 mil funcionários em janeiro deste ano. “É uma situação muito grave.” Para um especialista em infraestrutura, que prefere não se identificar, a situação pode piorar com a quebra de muitas outras empresas do setor.

http://www.istoedinheiro.com.br/associacoes-sofrem-com-inadimplencia-das-empresas/

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Inadimplência do brasileiro tem a maior queda em 7 anos.
 

A grande concentração de inadimplência está no segmento onde a retração foi mais inexpressiva: os bancos.
 

Por Agência Brasil
11 abr 2017, 13h50 



Inadimplência: quase a metade das dívidas (48,9%) é de pendências com as instituições bancárias (Arquivo/Getty Images)

O volume de dívidas em atraso de pessoas físicas caiu 4,42% em março sobre o mesmo período de 2016, na menor variação da série histórica da pesquisa iniciada em 2010 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O maior recuo ocorreu no setor de comunicação (-18,10%), seguido do comércio (-6,11%), serviços de água e luz (-1,53%) e bancos (-0,05%).

No entanto, a grande concentração de inadimplência está no segmento onde a retração foi mais inexpressiva: os bancos. Quase a metade das dívidas (48,9%) é de pendências com as instituições bancárias. No comércio estão 20,5% dos débitos não quitados e na área de comunicação, (13,9%).
Devedores crescem e são 59 milhões
Apesar de ter caído o volume de dívidas, o total de inadimplentes cresceu no primeiro trimestre, somando 59,2 milhões ante 58,7 milhões em igual período de 2016.

Esse universo equivale a 39,36% da população adulta, entre 18 e 95 anos. A maior parte, mais da metade (50,12%), tem entre 30 e 39 anos.
O maior número de consumidores negativados (25,1 milhões) é da região Sudeste, seguido pelo Nordeste com 15,57 milhões; Sul (8,34 milhões); Norte (5,31 milhões) e o Centro-Oeste (4,84 milhões).
O presidente da CNDL, Honório Pinheiro, observou, porém, que diminuiu a intensidade do crescimento da inadimplência.

“Essa desaceleração ocorre desde o segundo trimestre de 2016 e reflete tanto a recessão econômica, que reduziu a capacidade de pagamento das famílias, quanto a redução da tomada de crédito por parte dos consumidores e sua propensão a consumir. O consumidor tem tido maior cautela com compras, além de maior dificuldade para conseguir crédito. Assim, ele se endivida menos e, com isso, torna-se mais difícil ficar inadimplente”, disse.
Pinheiro informou que, na comparação de março deste ano com março do ano passado, o número de inadimplentes ficou 0,36% menor e que esta foi a primeira queda anual desde 2010.

http://exame.abril.com.br/economia/inadimplencia-do-brasileiro-tem-a-maior-queda-em-7-anos/

quarta-feira, 5 de abril de 2017

BC vê sistema financeiro preparado em cenário de risco maior de inadimplência.

Queda do crescimento do crédito aprofundou-se com o declínio da atividade econômica, altas taxas de juros e maior seletividade por dos bancos, diz BC. 


Por Alexandro Martello, G1, Brasília
03/04/2017 14h24 Atualizado 03/04/2017 14h55 


Em um cenário de risco maior de crédito, por conta da economia em recessão, do aumento do número de empresas em recuperação judicial, do crescimento do desemprego e da piora das finanças dos estados e municípios, o sistema bancário tem demonstrado estar "preparado para lidar com esse cenário complexo e para se ajustar a eventual aumento de risco". 

A conclusão foi divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (3) por meio do relatório de estabilidade financeira referente ao segundo semestre de 2016. A autoridade monetária informou que os "ativos problemáticos" na carteira de pessoas jurídicas cresceram de 4% do crédito concedido a empresas em dezembro de 2014 para mais de 8% em dezembro do ano passado. No caso das pessoas físicas, com o aumento do desemprego, os ativos problemáticos da carteira de pessoas físicas atingiram o maior nível desde 2013, acrescentou. 

"Nada obstante, verificou-se a materialização de alguns riscos ao longo de 2016. Ainda assim, o sistema mantém resiliência para auxiliar no retorno do crescimento da economia. Mais recentemente, houve melhora na expectativa dos agentes em relação ao risco para a estabilidade financeira para o curto e médio prazos", acrescentou o Banco Central. 

A instituição avaliou ainda que a "liquidez" não é fonte de preocupação, ou seja, que os bancos têm recursos suficientes para suportar o aumento do risco de inadimplência. "O colchão de liquidez dos bancos, formado principalmente por títulos públicos federais, é robusto para suportar eventuais choques no curto prazo. Os ativos de longo prazo vêm sendo integralmente financiados por recursos estáveis, o que mantém o equilíbrio estrutural", explicou. 

Menor rentabilidade O Banco Central avaliou que o "período creditício desafiador", com redução da carteira de crédito e aumento das provisões [recursos separados para fazer frente ao aumento de operações com maior risco de crédito], culminou em piora na rentabilidade. "Contudo, há perspectiva de estabilização para a rentabilidade em 2017, fruto da recuperação da margem de crédito", avaliou. 

"Outras medidas que também poderão contribuir para a melhora da rentabilidade estão relacionadas à contenção de despesas administrativas, em decorrência dos planos de reestruturação dos bancos públicos; ao contínuo incremento de rendas de tarifas, seguros e cartões; e a uma eventual redução na trajetória contracionista do crédito", acrescentou. 

Testes indicam sistema sólido Segundo a instituição, apesar de a redução do crédito e o aumento de provisão terem provocado redução da rentabilidade, os resultados dos testes de estresse (que simulam piora nas condições da economia e da inadimplência) demonstram a resiliência (capacidade de suportar pressão) do sistema financeiro "que dispõe de liquidez e capital [recursos] suficientes para absorver choques". 

De acordo com a autoridade monetária, a queda do crescimento da carteira aprofundou-se com o declínio da atividade econômica, as altas taxas de juros e a maior seletividade por parte das instituições financeiras. No curto prazo, informou ainda que o estoque de crédito deve continuar em declínio, e os ativos problemáticos, em ascensão. 

Na avaliação do BC, a estabilidade do sistema financeiro depende da resiliência das instituições para absorver riscos e choques. "Nesse sentido, o sistema bancário apresenta sólidos índices de capitalização e baixa alavancagem, tanto em relação à regulação atual quanto àquela prevista para 2019, de acordo com as regras de Basileia III [regras prudenciais para evitar crises nos sistemas financeiros]", acrescentou. 

Apesar do cenário econômico desafiador, a percepção do mercado, ainda de acordo com o relatório de estabilidade financeira do BC, é de que houve "redução significativa" na probabilidade de ocorrência de um evento de alto impacto no sistema financeiro tanto no curto (próximos doze meses) quanto no médio prazo (entre um e três anos à frente). 

Operação Lava Jato O BC informou ainda que foi conduzida uma atualização da simulação dos efeitos da Operação Lava Jato no sistema financeiro, mas que os resultados continuam em linha com os testes anteriores, com nenhuma instituição (financeira) insolvente e baixa necessidade de capital, que passou de 0,4% do patrimônio de referência do sistema financeiro, em outubro de 2015, para 1%, nesta atualização. 

Segundo a autoridade monsetária, as simulações contemplam os fornecedores, prestadores de serviços e funcionários que, potencialmente, seriam afetados em caso de default (quebra), direta ou indiretamente, das empresas investigadas na Lava Jato. Com base nos impactos do setor real da economia, a autoridade monetária estudou os efeitos de um eventual "contágio direto interfinanceiro". 

"Mesmo com o elevado grau de conservadorismo aplicado, as simulações indicam que o sistema financeiro teria condições de absorver os impactos de default das empresas mais vulneráveis citadas na Operação Lava Jato e seu respectivo contágio, incluindo o inadimplemento de empresas fornecedoras e dos funcionários destas e das implicadas na investigação", concluiu o Banco Central.

http://g1.globo.com/economia/noticia/bc-ve-sistema-financeiro-preparado-em-cenario-de-risco-maior-de-inadimplencia.ghtml

domingo, 2 de abril de 2017

Inadimplência na crise levou bancos ao divã, diz presidente do Bradesco.

Leticia Moreira - 19.nov.2009/Folhapress 


Presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco

MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO 30/03/2017

A inadimplência de grandes empresas durante a crise levou os maiores bancos do país ao divã, nas palavras de Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco.
Em debate com os gestores dos maiores bancos do país —Itaú, Unibanco e Banco do Brasil—, ele disse que a renegociação de dívidas com empresas que foram à inadimplência é uma das marcas que a recessão deixa para o sistema financeiro.
"Fomos ao divã", disse ele, falando sobre extensas negociações que os bancos travaram com empresas em dificuldade.
Grandes companhias não resistiram ou à recessão ou à Lava Jato e provocaram enormes perdas ao sistema financeiro. A lista inclui a Sete Brasil, engolida pela investigações de corrupção na Petrobras, na Odebrecht e na Oi.

Roberto Setubal (Itaú) e Paulo Rogério Caffarelli (BB) assentiram.
Não foram só as grandes empresas que provocaram dores no sistema financeiro. No debate dos banqueiros, diante de uma numerosa plateia de investidores e analistas do mercado financeiro em São Paulo, nesta quarta (29), Caffarelli lembrou que a prolongada recessão multiplicou o número de empresas em recuperação judicial em 2016.
Segundo a Serasa Experian, 1.863 empresas buscaram a saída jurídica para evitar a falência no ano passado, maior número desde que o instrumento entrou em vigor (2005).

Escaldados, os bancos aumentaram as exigências e encolheram o crédito.
Setubal disse que no Itaú o aprendizado da crise foi revisar a política de crédito para grandes empresas, área em que ocorreram as maiores "surpresas" desta crise.
A queda da taxa de juros, hoje em 12,25% ao ano, não representa um risco para a rentabilidade dos bancos, afirmou o presidente do Itaú. Mais complicado, argumentou, é a recessão.
Os três banqueiros indicaram que veem a severa crise no retrovisor.
Trabuco afirmou que há sinais de melhora do crédito já em curso. Caffarelli prevê que as evidências mais claras da recuperação vão aparecer no segundo semestre.

CRÉDITO
A opinião corrente entre economistas é que a atual queda da taxa de juros ajuda a desafogar empresas com elevadas dívidas financeiras.
Mas, por enquanto, o volume de empréstimos na economia continua encolhendo.
Dados divulgados pelo Banco Central mostram que o saldo de crédito na economia nos 12 meses encerrados em fevereiro estava 3,5% menor do que o do mesmo período, encerrado em fevereiro do ano passado. Para as empresas, a contração foi de 9,8%.

Segundo Alberto Ramos, diretor de pesquisas do Goldman Sachs para a América Latina, o crédito segue escasso mas dá sinais de melhora. A queda nos empréstimos, nota ele, está ficando menos intensa, mês a mês, desde o fim do ano passado. E a inadimplência dá sinais de moderação. A taxa estacionou em 3,7% há três meses, após o pico de 3,9% em outubro. O custo entretanto continua elevado. A taxa de juros com recursos livres (sem contar o crédito rural e o do BNDES, por exemplo) aumentou de 52,9% para 53,2% ao ano entre janeiro e fevereiro. Para as empresas, a taxa ficou estável.


http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/03/1871044-inadimplencia-na-crise-levou-bancos-ao-diva-diz-presidente-do-bradesco.shtml