segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Cidades da Bahia lideram ranking de inadimplência.
 

Já em áreas ricas de Brasília, como o Lago Sul e o Lago Norte, a taxa de inadimplência é a menor do país.
 

Por Estadão Conteúdo


Salvador: moradores do norte da região metropolitana são os que mais atrasam financiamento de veículos no Brasil (Wikimedia Commons)

Brasília – O norte da região metropolitana de Salvador carrega um título incômodo. Lá, moram os brasileiros com maior índice de atraso no crédito pessoal e financiamento de veículos do Brasil e o segundo pior índice no cartão de crédito.
Dados do Banco Central mostram que 16,1% dos empréstimos pessoais na região estão pelo menos 15 dias atrasados. O índice é quatro vezes maior que o visto em áreas ricas de Brasília como Lago Sul e Lago Norte, onde está o menor índice de atrasos do País.
Mensalmente, o BC recebe dados de todas as operações de crédito concedidas a clientes que devem mais de R$ 200 aos bancos.

Informações como valor da operação, prazo do empréstimo e atraso nos pagamentos são incluídas no Sistema de Informações de Crédito (SCR).
A base de dados tem divisão por zona postal e os números revelam que os clientes que vivem em locais com CEP iniciado em “43” são os que mais atrasam pagamentos no Brasil.
Nessa área, estão os municípios baianos de Candeias, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé e Simões Filho.
O atraso desses clientes é visto em várias operações. Enquanto o porcentual de atrasos superiores a 15 dias nos pagamentos supera 16% no crédito pessoal, o porcentual chega a 4,2% no financiamento de veículos – o maior do Brasil – e a 17,8% no cartão de crédito – segundo maior do País.
No cartão, a região só ficou atrás dos moradores das cidades goianas do entorno de Brasília, como Águas Lindas de Goiás, cujo CEP começa com “72”. Lá, o índice chega a 18,7%.
O vice-presidente da Associação Comercial da Bahia, Adary Oliveira, explica que a área que mais sofre com os atrasos no crédito da pessoa física tem perfil heterogêneo: São Francisco do Conde tem uma refinaria da Petrobras, mas o restante da região tem economia menos desenvolvida.

“Há, no entanto, uma característica comum: trabalhadores qualificados, como os da indústria petroquímica, continuam morando em Salvador. O dinheiro não fica lá e quem vive nessas cidades geralmente é menos qualificado”, explica Oliveira. “É uma população pobre. Talvez o atraso seja uma consequência disso.”
Responsável por pesquisas nacionais de endividamento e inadimplência, o assessor econômico da Federação do Comércio de São Paulo, Altamiro Carvalho, concorda.
“Toda correlação mostra que o nível de renda influencia nesses dados. Locais com menor renda têm maior inadimplência e atrasos mais longos. Isso faz com que o crédito seja mais caro nessas regiões, o que acaba gerando ainda mais inadimplência.”
O ranking dos maus pagadores segue com cidades baianas com CEP iniciado em “42” – como o município vizinho Camaçari -, “61” – bairros de Fortaleza e parte da região metropolitana da capital cearense – e “21” – cidades da Baixada Fluminense, como Belford Roxo, Nilópolis e Nova Iguaçu. Essas regiões têm características comuns: estão nos arredores de capitais, grande população e forte presença de famílias de baixa renda.
 

Brasília
Do lado oposto do ranking, Brasília aparece com os melhores indicadores do Brasil. No crédito pessoal, clientes com CEP iniciado em “71” e “70” têm os menores índices de atraso do Brasil: 3,7% e 3,9%, respectivamente. Esses códigos postais são de regiões caras da capital federal, como Lago Sul, Lago Norte, Asa Sul e Asa Norte. Situação semelhante acontece no cartão de crédito e no financiamento de veículos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://exame.abril.com.br/economia/cidades-da-bahia-lideram-ranking-de-inadimplencia/

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Demanda de empresas por crédito no Brasil em 2016 tem pior resultado em 4 anos, diz Serasa Experian.

Queda foi sentida principalmente nas médias e grandes empresas, que apresentaram recuo 12% e de 10,4%, respectivamente.



Todos os setores econômicos pesquisados no levantamento da Serasa Experian apresentaram queda na demanda por crédito em 2016. Foto: Dreamstime


SÃO PAULO - A demanda por crédito corporativo recuou em 2016, apresentando o pior resultado dos últimos quatro anos, em meio ao aprofundamento da recessão no país, conforme levantamento da empresa de informações de crédito Serasa Experian.
O Indicador de Demanda das Empresas por Crédito mostrou queda de 2,2 por cento no ano passado frente a 2015, quando houve recuo de 1,9 por cento.

Economistas da entidade citaram que o quadro econômico, o reduzido patamar da confiança empresarial e as taxas de juros ainda bastante elevadas pesaram negativamente sobre a procura das empresas por crédito no ano passado.
A queda foi sentida principalmente nas médias e grandes empresas, que apresentaram recuo 12 por cento e de 10,4 por cento, respectivamente. As micro e pequenas empresas tiveram baixa de apenas 1,7 por cento.
Todos os setores econômicos pesquisados no levantamento da Serasa Experian apresentaram queda na demanda por crédito em 2016, com o a indústria à frente, com declínio de 5 por cento, seguida por comércio (-3,6 por cento) e serviços (-0,1 por cento).

Entre as regiões, houve alta apenas na Região Sul, com acréscimo de 0,8 por cento na demanda por crédito no ano passado. O Norte apresentou a maior contração de 5,6 por cento, seguido por Centro-Oeste (-2,3 por cento); Nordeste (-2,4 por cento) e Sudeste (-1,2 por cento).

(Por Paula Arend Laier)

Reuters

http://espn.uol.com.br/video/664550_sorin-brinca-com-posicao-inventada-e-escolhe-melhor-parceiro-na-lateral?target=destaques

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Em 2016, o esforço das empresas para se manter vivas.

O volume recorde de 1.863 pedidos de recuperação judicial em 2016, 44,8% superior ao de 2015, mostra o enorme esforço das companhias que ficaram ilíquidas para não fechar as portas e enfrentar os ônus da falência.


05 Janeiro 2017

O volume recorde de 1.863 pedidos de recuperação judicial em 2016, 44,8% superior ao de 2015, mostra o enorme esforço das companhias que ficaram ilíquidas para não fechar as portas e enfrentar os ônus da falência. Os números não devem ser vistos apenas por seus aspectos negativos, mas pela disposição de muitos empresários de buscar uma nova oportunidade.

As empresas em geral foram atingidas pela recessão, seja vendo diminuir as receitas, seja sofrendo com a inadimplência de devedores e a redução ou a perda da lucratividade. Dois anos seguidos de recessão desgastaram as reservas das empresas e de seus sócios, obrigando muitas a tomar crédito a juros elevados.

Segundo o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações, nos últimos três anos houve uma escalada de requerimentos de recuperação judicial, de 828 em 2014 para 1.287 em 2015, até chegar ao recorde do ano passado. Entre 2014 e 2016, o porcentual de aumento desses pedidos foi de 131,7%.

Em 2016, as micro e pequenas companhias lideraram os pedidos (1.134), mas os números também foram altos no caso das empresas de portes médio (470) e grande (259).

Nem em dezembro, com o crescimento sazonal de vendas, a situação melhorou: 145 empresas pediram recuperação judicial, 22,9% mais do que em novembro. Só em relação a dezembro de 2015, com 150 pedidos, o número foi menor. Os pedidos de recuperação judicial foram deferidos em 1.514 casos (quando as empresas podem apresentar o plano de recuperação) e concedidos em 470.

A recuperação judicial permite reduzir o número de pedidos de falência, mas estes também cresceram (1.852 em 2016, superiores aos 1.783 em 2015, 1.661 em 2014 e 1.758 em 2013).

A situação das empresas continuará difícil em 2017. Muitas renegociaram dívidas bancárias em condições onerosas e comprometeram garantias. Sem recuperação de vendas, estarão sujeitas à inadimplência. Só aos poucos surtirão efeito medidas para propiciar algum alívio financeiro às companhias, como a utilização de créditos tributários para abater dívidas. O que de melhor se pode esperar é a volta da confiança com menos inflação e menos juros.

http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,em-2016-o-esforco-das-empresas-para-se-manter-vivas,10000098192

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Temer promulga repactuação de dívidas de cooperativas.
 

Presidente tinha vetado dois artigos da lei de renegociação de dívidas de cooperativas com o Pronaf, mas o Congresso barrou os vetos.
 

Por Estadão Conteúdo

Brasília – Após a derrubada de dois vetos pelo Congresso Nacional, o presidente Michel Temer promulgou os artigos de leis que haviam sido vetados, que passam agora a ter validade.
O primeiro, autoriza o Executivo a repactuar as dívidas de cooperativas de produção agropecuária com o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) contratadas até 31 de dezembro de 2010.
Os saldos devedores serão recalculados pelos encargos originais, livres de multas, juros e quaisquer outras taxas.
Os pagamentos terão prazo de carência de três anos; e prestações anuais com taxas prefixadas de juros de 5% ao ano e prazo de amortização de dez anos.
Temer também promulgou artigo de outra lei que garante adicional de insalubridade para agentes comunitários de Saúde.
Os dois temas haviam sido vetados pelo presidente no ano passado, mas os vetos foram derrubados em setembro após um acordo no Congresso Nacional entre governo e oposição antes da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017.
A promulgação dos artigos está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 11.

http://exame.abril.com.br/economia/temer-promulga-repactuacao-de-dividas-de-cooperativas/

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Tenha mais dinheiro em 2017 seguindo apenas estes cinco passos. 

É hora de pôr suas finanças em dia depois das promessas de Ano Novo. Vai ficar fácil com estas dicas. 


Por Júlia Lewgoy

 

Planejamento financeiro: Levante todas as dívidas e faça um diagnóstico realista dos gastos e ganhos (lovemelovemypic)

São Paulo – Depois da folga, da lentilha e da calcinha amarela do Ano Novo, é hora de ser realista e dar um jeito no orçamento para ter um 2017 sem perrengues financeiros. Com o futuro econômico do país ainda incerto, faça o que está ao seu alcance: controlar seus ganhos e gastos para concretizar todos os planos feitos no Réveillon.

“Dinheiro é um ator coadjuvante na vida, mas se você não destinar tempo e atenção, ele roubará sua energia e assumirá o centro do palco”, observa a educadora financeira Cássia D´Aquino. Está na hora de encarar seu dinheiro sem preconceitos.

A seguir, EXAME.com lista cinco passos para começar 2017 livre de bagunça na vida financeira:
 

1) Levantar as dívidas e se organizar para quitá-las
Faça um levantamento honesto de todas as suas dívidas, incluindo as com amigos e familiares, que têm um custo emocional alto, apesar de não cobrarem juros. Dê prioridade para arcar com o que você é capaz de pagar no momento, como orienta Cássia.

Se não puder pagar agora, estabeleça um prazo realista. “Conforto emocional é mais importante do que surtar para pagar todas as dívidas de uma vez”, esclarece a educadora financeira. Anote o cronograma em recados na geladeira, no celular ou onde quiser, e cumpra-o rigorosamente. 


É importante informar ao credor sobre seu plano de quitar a dívida, como recomenda o educador financeiro Reinaldo Domingos, fundador da Associação Brasileira de Educadores Financeiros e da DSOP Educação Financeira. Tente renegociar a dívida no banco e fazer um acordo realista. “O pior acordo que você pode fazer é aquele que não pode pagar”, orienta.
 

2) Diagnosticar ganhos e gastos
Para conseguir poupar, é essencial diagnosticar para onde o seu dinheiro está indo. Existem excessos em todas as famílias e sempre é possível cortar um pouquinho, segundo Domingos. Mas cortar gastos aleatoriamente, sem um diagnóstico apurado, não funciona bem.
Para isso, existem uma infinidade de planilhas, em aplicativos para smartphones ou no Excel, que são extremamente fáceis de usar e eficientes. EXAME.com listou algumas das melhores.
O ideal é que você mantenha esse diagnóstico constantemente, e não faça ele apenas uma vez e depois abandone a tarefa. Essa é a melhor forma de ter sua vida financeira sob controle.
 

3) Planejar seu orçamento financeiro
Planejar um orçamento financeiro é fazer esse diagnóstico dos gastos e ganhos e planejar suas metas e sonhos. “É um plano de voo, algo que dirija você a algum lugar”, explica Cássia.
As planilhas de orçamento normalmente têm um espaço para você acrescentar metas e anotações. Pode ser algo simples, como viajar no feriado, ou um plano de longo prazo, como se aposentar com determinada idade.

Também é importante determinar regras para você mesmo de como lidar com o dinheiro. Fuja de tudo que tenha juros, como compras parceladas no cartão de crédito e empréstimos pessoais, como recomenda o professor de finanças da Fipecafi George Sales.
Organize como você pagará suas contas em dia e como realizará seus pagamentos do dia a dia, em dinheiro ou no cartão. Uma dica é agrupar todos pagamentos das contas na mesma data.
 

4) Correr atrás de novas fontes de renda
Se você já cortou todos os gastos possíveis e mesmo assim o orçamento continua apartado, a solução é procurar fontes alternativas de renda. Às vezes, não é preciso trocar de emprego ou redirecionar a carreira. Dá para encontrar soluções mais simples, como vender coisas usadas ou ganhar uma renda extra fixa em cada mês.
 

5) Investir para ter uma reserva de emergência e realizar sonhos
Em 2017, especialistas recomendam evitar se descapitalizar e manter o maior valor possível investido. É preciso cautela para encarar a incerteza econômica que está por vir.
“Não é momento para contrair dívidas, e sim para se capitalizar mais”, recomenda Domingos. Pode ser uma estratégia aproveitar os juros altos dos investimentos de renda fixa, os mais seguros do mercado.
Se você ainda não investe em nenhuma aplicação financeira, o primeiro passo é guardar um dinheiro para emergências. A recomendação é ter o equivalente a entre três e seis salários investidos, para caso você perca o emprego ou algum outro imprevisto aconteça.

Para isso, há investimentos tão seguros quanto a poupança, que proporcionam rentabilidade maior. Mas não exija milagres. “Desconfie de qualquer rendimento bom demais para ser verdade”, recomenda Cássia.
Depois de construir a reserva de emergência, invista para realizar sonhos de médio prazo, como uma viagem ou a compra de um carro, e de longo prazo, como a aposentadoria.

http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/tenha-mais-dinheiro-em-2017-seguindo-apenas-estes-cinco-passos/ 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Demanda por crédito deve crescer 3,4% este ano, mostra estudo. 

Recuperação seria motivada por investimentos e queda dos juros.


por Daiane Costa


Notas de real - Arquivo/5-9-2016


RIO - Apostando numa leve melhora do consumo de bens duráveis e dos investimentos, puxada pela trajetória de queda dos juros iniciada no fim de 2016 e por uma recuperação da confiança dos empresários, estudo do Banco Santander projeta que a carteira de crédito total do sistema financeiro compensará a perda do ano anterior — prevista em 3,1% — crescendo 3,4% em 2017. O banco considera essa alta moderada, pois o crédito ainda encontrará neste ano duas barreiras: o alto nível de endividamento de empresas e das famílias e a perspectiva de mais um ano de retração da carteira do BNDES, de 4,5%, em linha com o ajuste fiscal.

— De fato, o endividamento alto das empresas e das famílias que, segundo o Banco Central, comprometem 22% da renda com dívidas, limita a recuperação do crédito, mas não impede que a queda dos juros contribua para o crescimento de 3,4% da carteira. A taxa está em 13,75% ao ano e é consenso que cairá mais ao longo de 2017 — explica Everton Gomes, economista do Santander e um dos autores do estudo.

ESTÍMULO ÀS EMPRESAS
Mesmo o crédito para as empresas, que apresentou forte contração em 2016 e deve encerrar o ano encolhendo 8%, deve voltar a crescer: 4,1% nas contas do banco, puxado pelos juros mais baixos e pela expectativa de uma retomada da atividade econômica. A projeção do Santander é que a Formação Bruta de Capital Fixo, que mede o nível de investimentos, cresça 3,5% em 2017, bem acima da sua previsão para o PIB (0,7%).
— A expectativa de retomada, além de reduzir o custo de oportunidade dos investimentos, deve provocar uma recuperação da confiança dos empresários, estimulando a demanda por crédito — afirma Gomes.

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- Editoria de arte



Pelo lado das famílias, a carteira de empréstimos para compra de veículos deve fechar 2016 com nova queda, na ordem de 12%, totalizando um recuo de 40% desde o final de 2012. Mas, depois desse longo período de retração, os economistas do Santander acreditam que o varejo do segmento voltará a crescer, impulsionado por “alguma recuperação da confiança dos consumidores e pela queda da taxa de juros”, fazendo a carteira de crédito para veículos não cair em 2017, ficando estabilizada.

Nas contas do banco, a Selic deve encerrar 2017 a 9,75% ao ano, o que não ocorre desde o fim de 2013. Segundo Gomes, o crédito para veículos reage mais quando os juros caem.
André Rebelo, economista e assessor de assuntos estratégicos da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) também é otimista em relação a 2017. Acredita que as famílias vão conseguir quitar dívidas e ajudar a demanda a melhorar:
— Não há dúvidas de que o crédito terá um ano positivo e ajudará a indústria. Há muitos segmentos com capacidade ociosa alta, mas outros, como a indústria de alimentos, o agronegócio, com equipamentos e insumos agrícolas, vão acabar gerando demanda por crédito — analisa o economista, que tem projeções bastante semelhantes às do Santander para este ano: alta de 0,8% da atividade econômica nacional e de 3,8% dos investimentos.
Já a carteira do BNDES deve fechar 2016 aproximadamente R$ 70 bilhões menor do que em 2015, recuo de 11%, com as novas concessões caindo 40%. Segundo o estudo do Santander, para reverter a tendência de queda em 2017, seria necessário que as concessões crescessem cerca de 100%. Como descartam essa possibilidade, tendo em vista o contexto de necessidade de ajuste fiscal e de recuperação modesta da demanda por investimentos, projetam nova queda para 2017, de 4,5%. Na avaliação de Gomes, essa retração é positiva.
— A carteira do BNDES quintuplicou em sete, oito anos, e o banco perdeu um pouco o seu foco principal, emprestando muito e de forma acelerada. Desde 2015, ele está mais focado em empreendimentos de crescimento a longo prazo, de infraestrutura e saneamento, pensando no lado social, como sempre deveria ter feito. O que ocorre agora é que empresas que pegavam capital de giro subsidiado vão ter de recorrer aos bancos privados — diz o economista.

‘BANCOS NÃO QUEREM EMPRESTAR’
Menos otimista em relação a 2017, Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio e ex-diretor do Banco Central, diz que a carteira total de crédito não deve ter alta superior a 2%, porque o efeito da queda da Selic demora a chegar ao mercado, e as famílias vão continuar com dificuldades para quitar suas dívidas. Na visão do economista, os bancos também vão dificultar o acesso ao crédito:
— O spread bancário (diferença entre o custo de captação e de empréstimo) vai continuar subindo, porque os bancos não querem emprestar, já que têm a alternativa de ganhar mais comprando títulos públicos, com rendimento real entre 6% e 7% ao ano e nenhum risco.

http://oglobo.globo.com/economia/demanda-por-credito-deve-crescer-34-este-ano-mostra-estudo-20725585