sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Inadimplência de pequenas empresas no Bradesco cresce para 6% em 2015.

Calotes do segmento devem continuar avançando, em ritmo controlado, até 2017, de acordo com projeção do banco; total de empréstimos para o setor, no entanto, cai 5,3%, para R$ 110, 3 bilhões.


São Paulo - A inadimplência das micro, pequenas e médias empresas (MPME) no Bradesco avançou de 4,5%, no final de 2014, para 5,98% em dezembro do ano passado e deve continuar crescendo até o início de 2017, segundo projeção do banco.
O diretor de relação com investidores da instituição, Luiz Carlos Angelotti, afirmou que parte do aumento observado em 2015 veio da redução da carteira de crédito para o segmento - como o índice de inadimplência mostra a quantidade de empréstimos em atraso em relação ao total de crédito, se a quantidade operações para as MPME diminui, o indicador aumenta.

No balanço divulgado ontem, o Bradesco aponta que a carteira de crédito para as empresas de menor porte teve uma contração de 5,3% no ano passado, para R$ 110,3 bilhões. Angelotti acrescentou que a aceleração dos calotes das MPME veio acima do esperado pelo banco. "Entendemos que isso aconteceu porque o ambiente é um pouco mais frágil [para as MPME] e ainda vai continuar sendo durante o ano, [com segmento] sendo um pouco mais impactado." O esperado, contudo, continuou o diretor de RI, é que a inadimplência não fique fora do controle e "só tenha um crescimento natural, até 2017".

A Ativa Investimentos avaliou o resultado do banco como marginalmente negativo, apontando a inadimplência e a deterioração da carteira de crédito como os principais fatores para a análise.
"Algumas linhas que estamos acompanhando mais de perto como as inadimplências continuam se elevando, o que já estávamos esperando desde o final do 1Q15 [1° trimestre de 2015], fenômeno normal dado que os principais drivers para a inadimplência (mercado de trabalho, massa salarial real, lucros empresariais e outros) estão 'colapsando' e ainda não indicaram estar no fundo do poço", observou, em nota, o analista Lenon Borges.

Os calotes dos consumidores também subiram na variação anual da instituição da Cidade de Deus, saindo de 3,5%, em dezembro de 2014, para 4,1% no final de 2015. O único segmento que apresentou retração foi grande empresa, cujos calotes caíram de 0,8% para 0,5% no período. Em relação aos empréstimos, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, lembrou que os motores do crédito são os investimentos e o consumo. "A taxa de investimento brasileira, atualmente, gira ao redor de zero, e há baixa demanda de crédito para esse fim. O consumo também está em desaceleração", apontou.

A carteira de crédito do Bradesco cresceu 4,2% em 2015, para R$ 474 bilhões, ancorada principalmente no empréstimo consignado (com desconto em folha) - alta de 16,7% - e no financiamento imobiliário, que avançou 27,1% no ano. Considerada a inflação de 10,67% do período, a variação real dos empréstimos banco foi negativa em 6,47%.

Resultados
A margem financeira do Bradesco, que mede o quanto o banco ganha com as operações que pagam juros, como empréstimos e tesouraria, cresceu 14,7% em 2015. Considerando somente a margem das operações de crédito, o avanço foi de 11,5% - ou seja, mesmo emprestando menos em 2015, a instituição ganhou mais. O volume dessa receita com juros usada para cobrir os calotes, entretanto, também aumentou. Enquanto final de 2014 foi usada 32,9% da margem financeira de crédito com provisões para devedores duvidosos (PDD), no ano passado o volume saltou para 37,1%.

As receitas com serviços do banco também cresceram (12,4%) no período, puxadas, principalmente, por tarifas de conta corrente. "[O avanço da receita de] conta corrente veio da maior segmentação da base, com clientes optando por novos pacotes de serviços", afirmou Angelotti. O lucro líquido ajustado da instituição aumentou 16,4%, para R$ 17,8 bilhões em 2015.

Pedro Garcia
http://www.dci.com.br/financas/inadimplencia-de-pequenas-empresas-no-bradesco-cresce-para-6-em-2015-id524675.html

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Bancos brasileiros devem apresentar aumento no lucro líquido e nos calotes.
 

Mesmo com crise econômica do País e as dificuldades de crédito, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander devem renovar resultados recordes nos balanços consolidados de 2015.



São Paulo - O lucro líquido dos maiores bancos brasileiros, que iniciam a temporada de balanços nesta semana, deve aumentar em 2015, na comparação com 2014, porém o crescimento deve vir acompanhado de avanços da inadimplência, apontam especialistas.
Mesmo diante da crise econômica vivida pelo País e das dificuldades com crédito, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander renovaram resultados recordes ao longo do ano passado, puxados pelas receitas com tesouraria e serviços.

A maior alta no lucro veio do BB, que viu o resultado líquido aumentar 43,5% até o terceiro trimestre, em relação a igual etapa de 2014, impulsionado pela parceria com a credenciadora Cielo, firmada no primeiro trimestre. No mesmo período, Itaú viu o lucro crescer 20%, Bradesco, 18,6%, e Santander, 15,9%.
Segundo Sérgio Bessa, professor de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), os bancos estão capitalizados (com recursos em caixa), mas não estão emprestando por falta de demanda e por estarem mais cautelosos - devido ao cenário econômico, que indica aumento dos calotes. "A falta de tomador e a maior restritividade fazem com que as instituições apliquem seu dinheiro em títulos públicos e em operações interbancárias", afirmou.

No quarto trimestre, o lucro dos grandes bancos deve continuar a crescer, embora mais marginalmente, refletindo o maior conservadorismo das instituições, avalia o professor da FGV. Além do avanço nos ganhos com tesouraria, os gigantes do mercado financeiro também ampliaram as receitas com serviços e tarifas. "Os bancos majoraram as tarifas neste ano, inclusive de pessoas jurídicas. Também passaram a cobrar taxas em serviços que antes eram prestados gratuitamente", apontou Nelson de Souza, economista do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec).

Apesar de as instituições financeiras terem desviado o foco do crédito, por conta do momento econômico, os especialistas estimam que as carteiras de empréstimos dos bancos devem continuar a crescer, mesmo que em menor proporção. "É possível que se tenha um crescimento nominal nas linhas mais seguras [como crédito consignado e financiamento imobiliário]", comentou Bessa.

Inadimplência
Embora estejam mantendo a lucratividade, as instituições financeiras estão sentido um avanço da inadimplência, puxada pelo desemprego e a inflação, no caso das famílias, e pela queda da atividade econômica (especialmente nos setores de construção e óleo e gás) e as investigações da Lava Jato, no caso das empresas.

De acordo com Souza, é provável que os bancos ainda aumentem as provisões para perdas (PDD) no quarto trimestre, aumentando os já elevados gastos com PDD em 2015. "As instituições estão preferindo dar fôlego para as construtoras e as empresas em dificuldade, para tentar receber alguma coisa no futuro, do que baixar o crédito para prejuízo", analisou o economista.

O boletim de crédito do Banco Central, que consolida as informações de todos os bancos e financeiras do País, aponta que a inadimplência do mercado passou de 4,5% em novembro de 2014 para 5,2% em novembro de 2015. Considerando a base de empréstimos de R$ 1,61 trilhão do mês, o percentual mostra que pelo menos R$ 83,9 bilhões de empréstimos estão com parcelas atrasadas.

Para Bessa, da FGV, o avanço do crédito e, consequentemente, da inadimplência, vai depender das sinalizações do governo. "Mesmo o tomador não estão confiante e pegar empréstimos", avaliou.
Souza, do Ibmec, afirmou que os calotes devem ficar próximo ao patamar em que se encontra, nos próximos meses, sendo passível de um "ligeiro aumento" no balanço de 2015.

Pedro Garcia
http://www.dci.com.br/financas/---bancos-brasileiros-devem-apresentar-aumento-no-lucro-liquido-e-nos-calotes-id523711.html

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Confiança da indústria sobe 3,7 pontos em janeiro, revela prévia da FGV.

Com o resultado, o índice registra o maior nível desde março de 2015, mas permanece em patamar muito baixo em termos históricos.


Na comparação com dezembro do ano passado, sem ajuste, a prévia aponta queda de 8,3 pontos na confiança
Na comparação com dezembro do ano passado, sem ajuste, a prévia aponta queda de 8,3 pontos na confiança. Foto: Divulgação
RIO - O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado na prévia da sondagem de janeiro ficou em 79,1 pontos, o que significa avanço de 3,7 pontos em relação ao resultado final de dezembro, que foi de 75,4 pontos, informou nesta sexta-feira, 22, a Fundação Getulio Vargas (FGV). No mês passado, o ICI já havia subido 1,2 ponto em relação a novembro.

Com o resultado, o ICI registra o maior nível desde março de 2015, embora permaneça em patamar muito baixo em termos históricos. Essa é a primeira vez desde maio passado que o índice superou "significativamente" o mínimo registrado na crise de 2008 e 2009, informou a instituição, em nota oficial.
"O avanço mais expressivo do ICI na prévia de janeiro decorre principalmente de avanços no processo de normalização de estoques do setor. Associado à percepção de estabilização do nível de demanda, este movimento tem levado à diminuição do pessimismo. 

O conjunto de informações sinaliza uma atenuação das taxas de queda da produção da indústria nos próximos meses", afirma Aloisio Campelo, Superintendente Adjunto para Ciclos Econômicos da Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV.

Na comparação com dezembro do ano passado, sem ajuste, a prévia aponta queda de 8,3 pontos na confiança. A prévia de janeiro demonstra que o Índice da Situação Atual (ISA) avançou 4,7 pontos, para 79,7 pontos. Enquanto isso, o Índice de Expectativas (IE) subiu 2,5 pontos, para 78,8 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria atingiu 74,2%, o menor nível da série histórica, segundo a FGV. O resultado, já livre de influências sazonais, é superior ao apurado no indicador final da sondagem de dezembro (75,0%).

A prévia dos resultados da Sondagem da Indústria abrange a consulta a 777 empresas entre os dias 04 e 18 deste mês. O resultado final da pesquisa para janeiro será divulgado no próximo dia 29.

Estadão Conteúdo
http://www.dci.com.br/industria/confianca-da-industria-sobe-3,7-pontos-em-janeiro,-diz-fgv-id523029.html

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Inadimplência de empresas de emergentes deve aumentar para 7% em 2016, diz Barclays.


LONDRES (Reuters) - A taxa de inadimplência de empresas de países emergentes pode atingir 7 por cento até o fim de 2016, quase o dobro dos níveis deste ano, diante de um cenário global mais difícil para financiamentos, segundo o banco de investimentos Barclays.


Empresas que embarcaram numa farra de empréstimos durante os anos de crédito fácil após 2009 enfrentam um aumento nos custos dos financiamentos conforme o Federal Reserve se prepara para elevar as taxas de juros dos Estados Unidos. O aumento chegará quando dívidas assumidas por volta de 2010 começarem a vencer.

Em uma nota recebida nesta terça-feira, o Barclays disse que a inadimplência de dívidas dos últimos 12 meses para empresas de mercados emergentes com classificações ruins agora está em 3,8 por cento, após subir de maneira constante desde a mínima recorde de 0,7 por cento atingida em 2011.

O banco vê o índice em 6,5 a 7 por cento até o fim de 2016.
"O aumento do Fed deve manter a volatilidade de câmbio elevada; os preços das commodities devem seguir sob pressão; as condições bancárias para empréstimos em mercados emergentes podem ficar mais difíceis. Acreditamos que estes fatores, junto com alto custo de financiamento, contribuirão para taxas de inadimplência maiores nos emergentes em 2016", disse o Barclays.

(Por Sujata Rao Editing)
  

http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKCN0SZ2L520151110

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Decreto abre mercado de R$ 500 bi para as micro e pequenas empresas.

Medida do governo determina exclusividade aos negócios de menor porte nas contratações públicas de até R$ 80 mil da União, estados e municípios; segmento detém 37% dessas aquisições.
 
Pequeno agricultor terá prioridade nas compras de alimentos por parte das administrações públicas
Pequeno agricultor terá prioridade nas compras de alimentos por parte das administrações públicas
Foto: FOTOS PÚBLICAS

São Paulo - Decreto do governo federal que entrou em vigor na semana passada permitirá que as micro e pequenas empresas (MPEs) entrem de vez no mercado de compras públicas, avaliado em R$ 500 bilhões por ano, de acordo com o gerente de políticas públicas do Sebrae, Bruno Quick.

O decreto 8.538 de 6 de outubro de 2015, que passou a valer na última quarta-feira, determina exclusividade às MPEs nas contratações públicas de até R$ 80 mil da União, dos estados e municípios. A medida já estava prevista em lei complementar desde o ano de 2007, porém não era obrigatória.
As novas regras incluem ainda os microempreendedores individuais, agricultores familiares e cooperativas de consumo. Além da administração direta, os órgãos e autarquias da administração indireta serão obrigados a comprar dos micro e pequenos negócios.

O gerente do Sebrae explica que os R$ 500 bilhões movimentados no mercado de contratações públicas por ano são referentes às compras feitas por todos os entes federados: a União, os estados e os municípios.
"Essa medida vai aumentar sim a participação das pequenas nas compras públicas, pois agora é obrigatório que os entes federados façam negócios com as pequenas. As novas regras vão conectar as pequenas à cadeia de suprimentos e aos arranjos produtivos do Estado, estimulando a economia do segmento", afirma Quick, esclarecendo que ainda não existem dados consolidados sobre a participação das MPEs no total das compras das administrações federais, estaduais e municipais.
Porém, o gerente do Sebrae informa que as pequenas já participam de 27% das aquisições de bens e serviços do governo federal, o que, em número absoluto, representa montante de R$ 16 bilhões.

Oportunidades
Quick ressalta que as oportunidades de negócios vão se ampliar para os negócios de pequeno porte mesmo com a economia em recessão, "já que a administração pública não pode deixar de cumprir suas obrigações. "Os estados e municípios têm que manter os hospitais e escolas funcionando, por exemplo", destaca.
O especialista enumera, portanto, uma série de possibilidade de negócios para as MPEs no segmento público: materiais de escritório, mobiliário, alimentação, vestuário, serviços de consultoria, eventos, manutenção de equipamentos, suprimento para pequenas obras, entre outros.

Quick ainda recomenda que as pequenas estejam com as suas contas e documentos em dia e regularizados, condições obrigatórias para participar das compras públicas.
Rafael Mingone, sócio diretor da empresa de soluções em governança corporativa RMG Capital, comenta que o incentivo do governo para as pequenas "vem no sentido de estimular a economia", já que o segmento é o maior em número de empresas e o que mais emprega força de trabalho, contribuindo muito, portanto, para a arrecadação tributária dos entes no País.

Segundo dados do Sebrae, os micro e pequenos negócios já ultrapassam mais de 10 milhões de empresas no Brasil (95% do total) e faturam R$ 3,6 milhões ao ano.
Mingone cita ainda uma pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) que revela que, no Brasil, há cerca de 50 mil pequenas e médias empresas crescendo 20% ao ano em faturamento e números de empregados. Essas estão concentradas em municípios em com menos de 500 mil habitantes. "Esses números mostram que há uma economia pujante entre as pequenas e médias, que estão fora desse ciclo de pessimismo da economia", opina o especialista, ressaltando a importância do segmento para a retomada do crescimento no Brasil.

Pequeno agricultor
Segundo nota do governo federal, o Ministério da Defesa será o primeiro órgão público federal a realizar a compra de alimentos da agricultura familiar e servirá de modelo para impulsionar outras aquisições de produtos diretamente dos pequenos produtores rurais.
"Tudo é mais fresquinho e saudável quando sai direto do pequeno agricultor para as mãos do chef de cozinha", disse o presidente da Cooperativa Mista Agropecuária dos Produtores Rurais de Minaçu (Cooapraçu), Gerônimo Barros.
A organização, situada em Goiás, vai fornecer abóbora, abobrinha, quiabo, pepino, mandioca e jiló para os restaurantes da Defesa.

A aquisição da pasta está com esta chamada pública foi no valor de R$ 244 mil "Esta medida vem para que o agricultor e cooperativas tenham outras possibilidades de participação nas compras públicas, junto a microempreendedores que receberão tratamento favorecido, diferenciado e simplificado", disse o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPog), Cristiano Heckert.
"Haverá maior incentivo para o setor nas aquisições realizadas pelos órgãos integrantes do Sistema de Serviços Gerais [Sisg]", completou Heckert.
"O produtor sabe produzir, mas, às vezes, não tem para quem vender. Com certeza, o decreto do governo federal vai aumentar a produção e a movimentar a economia regional", finalizou Gerônimo Barros da cooperativa.

Paula Salati
http://www.dci.com.br/economia/decreto-abre-mercado-de-r$-500-bi-para-as-micro-e-pequenas%C2%A0-id520569.html

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Recessão econômica acentua o resgate de fundos de investimentos.

Rentabilidade nominal atrativa foi insuficiente para motivar os cotistas a permanecerem em suas aplicações financeiras no ano passado, eles resgataram da renda fixa, de multimercados e ações.


São Paulo - A recessão brasileira levou os investidores a retirarem suas reservas de aplicações financeiras, e o cenário para 2016 aponta mais um ano difícil. Os fundos tiveram mais de R$ 70 bilhões em resgates nas categorias de renda fixa, multimercados e ações em 2015.
A avaliação é que a boa rentabilidade bruta nominal em carteiras multimercados ou de renda fixa foi insuficiente para cativar o investidor a permanecer aplicado por mais tempo, e no caso dos fundos de ações, uma parte dos cotistas até preferiu resgatar os recursos com prejuízo, face o Ibovespa ter recuado 13,31% em 2015. "Com a crise econômica e o agravamento da recessão, o investidor resgata por uma necessidade de caixa", diz o administrador de investimentos, Fabio Colombo.

Na mesma linha, a gestora de renda fixa da Mongeral Aegon Investimentos, Patrícia Pereira, aponta que 2016 ainda pode ser um ano ainda mais desafiador para a captação dos fundos. "A deterioração das expectativas aconteceu de forma muito rápida, infelizmente 2016 ainda será um ano muito difícil", disse.

De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os fundos de investimentos em renda fixa tiveram resgate líquido de R$ 20,701 bilhões em doze meses, enquanto os multimercados exibiram saques de R$ 32,375 bilhões, e as carteiras de ações apresentaram saída de R$ 18,580 bilhões em 12 meses até 30 de dezembro de 2015.

Em contrapartida aos resgates nas carteiras tradicionais, o setor apresentou captação líquida em fundos cambiais (R$ 1,421 bilhão), previdência (R$ 39 bilhões), fundos estruturados em direitos creditórios (FIDCs) em cerca de R$ 2,57 bilhões e de investimentos em participações (FIPs) com R$ 22 bilhões.
"O investidor ainda migra muito de uma aplicação para outra, às vezes de forma equivocada. O principal problema é que quando se considera a inflação, o desconto das taxas [de administração] e a tributação, sobra pouco de ganho real para o cotista", diz Colombo.

Nos cálculos dele, com o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em cerca de 10,7% nos últimos doze meses, e fundos DI rendendo em média 13,17%, o ganho real para o aplicador ficou em torno de 3%. "É um rendimento líquido muito baixo", argumentou.
Ele considera que os fundos com títulos públicos indexados a inflação (Ima-B) podem ter ganhos reais no longo prazo. "Apesar da marcação a mercado, as NTN-Bs prometem entre 7% e 7,5% ao ano".

Expectativas para 2016
Patrícia Pereira prevê que um possível aumento da taxa básica de juros (Selic) possa atrair a atenção dos investidores em 2016. "São esperadas novas altas da Selic com o objetivo de controlar a inflação", disse. A Selic está em 14,25% ao ano.

Mas por outro ângulo, ela também considera mais riscos para os ganhos reais. "O dólar pode voltar a subir por causa da alta dos juros nos Estados Unidos, e essa alta da moeda americana é inflacionária no Brasil. Há uma preocupação com a queda de safra e o preços dos alimentos in natura. O ajuste dos preços administrados não se completou e há também a própria inércia da indexação: nos aluguéis, nos serviços, nas mensalidades escolares e no salário mínimo."

Ernani Fagundes
http://www.dci.com.br/financas/recessao-economica-acentua-o-resgate-de-fundos-de-investimentos---id519981.html

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Preço do petróleo sobe após ruptura entre Arábia e Irã.
 
Produção de petróleo no oriente médio
Diplomacia e petróleo em alta: o índice do barril de referência dos Estados Unidos para entrega em fevereiro, subiu 1,30%, para US$ 37,52
Da AGÊNCIA BRASIL
 
Os preços do petróleo subiram hoje (4) na Ásia, depois de a Arábia Saudita ter cortado relações diplomáticas com o Irã após a execução de um líder religioso xiita.
O ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Adel Al Jubeir, disse que os diplomatas iranianos tinham 48 horas para deixar o país. O líder supremo do Irã afirmou que a Arábia Saudita enfrentaria “rápidas consequências” pela execução do clérigo.

O índice do barril de referência dos Estados Unidos (West Texas Intermediate - WTI), para entrega em fevereiro, subiu 1,30%, para US$ 37,52, e o barril de Brent, também para fevereiro, aumentou 1,64%, para US$ 37,89.
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“O petróleo começou o ano em recuperação, com os mercados asiáticos reagindo a receios de que as tensões geopolíticas no Oriente Médio possam ameaçar o fornecimento de petróleo”, disse Bernard Aw, da IG Markets de Cingapura.

http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/preco-do-petroleo-sobe-apos-corte-de-relacoes-entre-arabia-saudita-e-ira