quinta-feira, 29 de dezembro de 2016


Após bater recorde em outubro, as taxas cobradas pelos bancos para emprestar às empresas recuaram um pouco no mês passado, mas continuaram próximas dos patamares mais elevados desde que o Banco Central começou a divulgar estatísticas sobre o assunto, em março de 2011.
Segundo o BC, o spread bancário –diferença entre as taxas de juros que os bancos pagam ao captar recursos e as que cobram ao emprestar– caiu para as empresas de 18,9 para 18,2 pontos percentuais em novembro, voltando aos níveis de junho.
Além de incluir parte dos ganhos que os bancos têm com os empréstimos, os spreads refletem o risco de inadimplência e seus custos operacionais. O patamar elevado para empresas reflete a maior cautela diante da recessão que o país enfrenta desde 2014, que afeta o fluxo de caixa das companhias e tem levado muitas delas a entrar com pedido de recuperação judicial, mecanismo que permite renegociar as dívidas em condições mais vantajosas. 

Apesar de continuar em níveis elevados, o spread das pessoas jurídicas ainda segue bem abaixo do de pessoas físicas, que atingiu 61,2 pontos percentuais em novembro.
Enquanto o spread disparou, as concessões de empréstimos caíram ao longo do ano. Linhas de capital de giro, às quais as empresas recorrem para manter suas operações, recuaram 34,7% em novembro em relação ao mesmo mês de 2015. Contas garantidas tiveram queda de 21,5% e cheque especial, de 16,2%. 

A redução dos empréstimos para empresas foi observada nos quatro maiores bancos do país –Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander–, de acordo com os balanços mais recentes, do terceiro trimestre do ano. Na Caixa Econômica Federal, a concessão de crédito teve crescimento tímido, de 2,9%.
Questionados sobre o motivo do recuo, apenas Itaú, Banco do Brasil e Santander responderam. A razão apontada foi a falta de demanda das empresas, que estão muito endividadas e não têm feito investimentos na crise. 

ENDIVIDADAS
A asfixia financeira das empresas tem contribuído para atrasar a retomada da atividade econômica. O país entrou na atual recessão em 2014, e os economistas preveem que saia dela em 2017.
Dados do birô de crédito Serasa Experian mostram que a procura por crédito caiu 11,4% em novembro, em relação ao mesmo mês de 2015. Para Godofredo Barros, presidente da empresa de recuperação de crédito Ipanema Credit Management, parte da queda foi motivada pela constatação das próprias empresas de que não têm condições de tomar mais empréstimos. 

"A oferta caiu porque as empresas estão endividadas, têm restrição na praça e sabem que não conseguem acessar o crédito porque não têm capacidade de tomar mais dívida", disse Barros. O professor José Pereira da Silva, da Escola de Administração de Empresas da FGV (Fundação Getulio Vargas), também vê o alto nível de endividamento das companhias como principal limitador.
"As empresas de menor porte estão demandando recursos, mas sabem que possuem um risco maior do que o aceitável pelos bancos. Então, neste sentido, não existe oferta de recursos porque os bancos estão sendo extremamente cuidadosos", afirmou. 

A preocupação encontra respaldo nos índices de inadimplência. Em novembro, a taxa de atrasos superiores a 90 dias alcançou 5,4% das operações de crédito, maior nível da série histórica do BC. No acumulado do ano até novembro, os pedidos de recuperação judicial de empresas cresceram 51% em relação ao mesmo intervalo de 2015.
As perspectivas para retomada nas concessões de crédito não são as melhores, disse Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil. "O ano de 2017 deverá ser igual ou pouca coisa melhor que 2016. O segundo semestre apresenta grande possibilidade de melhora, mas hoje no Brasil a gente dorme pensando em uma coisa e acorda em uma outra realidade."

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/12/1844234-com-maior-inadimplencia-restricao-de-credito-para-empresas-continua-alta.shtml

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Bancos suspendem pagamento e diminuem prestação do imóvel.

Bancos estão mais dispostos a negociar o pagamento do financiamento para clientes que passam por dificuldades financeiras. Conheça as opções.


Por Marília Almeida


Homem comprando imóvel (AlexRaths/Thinkstock)

São Paulo – O aumento do desemprego no país, provocado pela crise econômica, é um dos motivos pelo qual a fatia de devedores que atrasam a prestação do imóvel triplicou.
Apesar da inadimplência neste tipo de dívida continuar baixa, já que a falta de pagamento das prestações do financiamento pode causar a perda do imóvel, os bancos estão mais dispostos a negociar o pagamento da dívida como forma de se proteger contra calotes.
“A inadimplência tem subido menos do que deveria porque os bancos estão dispostos a negociar com bons pagadores”, diz Gilberto Duarte, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Caixa, Itaú, Santander, Bradesco e Banco do Brasil oferecem hoje formas de suspender o pagamento e diminuir a prestação da casa. O intuito é que o cliente ganhe fôlego financeiro para manter os pagamentos em dia ante um imprevisto, como perda de renda.
A flexibilidade de pagamento é um meio de evitar a retomada do imóvel em um momento de estagnação do mercado imobiliário. “O banco não vive de vender imóvel. Buscar soluções alternativas é melhor tanto para o cliente como para o banco”, diz Fabrizio Ianelli, superintendente executivo de negócios imobiliários do banco.
No entanto, é necessário cautela: as soluções oferecidas representam alívio apenas no curto prazo, já que acarretam no pagamento de mais juros no futuro. Ao colocar as finanças em ordem, o mutuário deve buscar amortizar o saldo devedor do financiamento quando possível para pagar menos encargos.
As soluções também são concedidas pontualmente pelas instituições financeiras e de acordo com o perfil e relacionamento do cliente com o banco. Caso o cliente se descontrole novamente em um período curto, o banco pode não ter a mesma flexibilidade ao negociar.
Veja abaixo as soluções oferecidas pelas instituições financeiras para mutuários que passam por dificuldades financeiras e não conseguem pagar a prestação do imóvel:

1) Carência de até um ano para pagamento das prestações
Bancos como Caixa, Bradesco e Santander permitem suspender o pagamento das prestações em até um ano. Nesse caso, o valor que deixa de ser pago é diluído ao longo da dívida, corrigido com juros.
O Santander pode suspender o pagamento de duas parcelas do financiamento pontualmente. Neste caso, o cliente continua a pagar apenas seguros obrigatórios dos financiamentos, além da taxa de manutenção do contrato, que corresponde a cerca de 10% do valor da parcela. Quem paga 1 mil reais por mês passaria a pagar 100 reais durante dois meses.
Para usufruir da carência, é necessário estar com os pagamentos em dia. “Essa solução vale apenas para quem ainda não atrasou as parcelas da dívida, mas sabe que passará por aperto nos próximos meses, seja porque terá mais pagamentos para honrar, ou porque precisa se recolocar no mercado de trabalho”, diz Ianelli, do Santander.
O prazo de carência concedido pelo Santander aumenta para até seis meses caso o cliente utilize o dinheiro destinado à prestação para o pagamento de dívidas mais caras no banco, a exemplo do crédito pessoal, cheque especial e o rotativo do cartão. “Se o valor ainda não for suficiente para pagar toda a dívida, dividimos o valor residual em até 72 meses, já com juros embutidos”, diz o executivo.
Na Caixa, no ato da renegociação é exigido, no mínimo, entrada equivalente ao valor da primeira prestação recalculada com os efeitos da alteração contratual. Somente assim as demais prestações são incorporadas ao saldo devedor, para pagamento no prazo remanescente do contrato.
João Carlos Gomes da Silva, diretor da área de empréstimos e financiamentos do Bradesco, aponta que a carência de até um ano é oferecida em casos especiais. “Nosso foco são mutuários que perderam a única renda”.

2) Alongamento do prazo do financiamento
Bradesco, Banco do Brasil e Itaú também permitem aumentar o tempo do financiamento como forma de diminuir o peso das parcelas no orçamento mensal.
No Santander, não há limite para alongamento do prazo, desde que não ultrapasse o máximo oferecido pelo banco, de 35 anos. Em empréstimos pelo limite máximo contratados recentemente, portanto, essa flexibilidade diminui.
A solução pode ser útil para mutuários que se realocam no mercado de trabalho com uma renda menor, diz Gomes da Silva, do Bradesco. “O objetivo de aumentar o prazo do financiamento é fazer com que a parcela caiba no orçamento do cliente”.
O alongamento do prazo da dívida só é possível caso a idade do tomador do crédito permita, já que, pelas regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) o prazo máximo do financiamento e a idade do tomador mais velho não pode ser maior do que 80.

3) Incorporação de parcelas vencidas no saldo devedor
O Itaú, Banco do Brasil e o Bradesco permitem diluir prestações vencidas ao longo do prazo restante da dívida. Nesse caso, as parcelas também são corrigidas por juros e taxas.
A solução geralmente vale para duas ou três parcelas em atraso. “O cliente que não está conseguindo pagar e precisa de fôlego, como os que voltaram a trabalhar há pouco tempo, podem jogar três parcelas para o final do contrato”, diz Gomes da Silva, do Bradesco.

FGTS também pode ser usado para pagar parcelas vencidas
Uma solução que independe das estratégias dos bancos é a utilização de recursos aplicados no Fundo Garantidor de Crédito (FGTS) para pagar até 80% do valor das prestações.
Mas há algumas restrições para usar o dinheiro, explica Ianelli, do Santander. “O cliente não pode ter mais de três parcelas em atraso e só pode abater até 12 parcelas consecutivas”. A proporção do valor que será abatido da parcela vai depender dos recursos acumulados no fundo.
Essa opção deve ser usada em último caso, já que é melhor usar o dinheiro aplicado no fundo para amortizar o saldo devedor.
Ainda que não tenha efeito imediato sobre as parcelas da dívida, amortizando o valor do saldo devedor o mutuário diminui o pagamento de juros no futuro. Isso não acontece ao usar recursos do fundo para abater o valor de prestações.

http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/bancos-suspendem-pagamento-e-diminuem-prestacao-do-imovel/

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

BNDES amplia desembolso a micro, pequenas e médias empresas. 

BNDES facilitou o financiamento às micro e pequenas empresas, mas também subiu os juros, até dos contratos já firmados.


Por Estadão Conteúdo

Rio – O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou um pacote de medidas que facilita o financiamento aos micros, pequenos e médios (MPMs) empresários. Por outro lado, no entanto, aumenta os juros, mesmo de contratos já firmados dentro do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), conforme antecipou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) na segunda-feira, 12.

A intenção é ampliar o desembolso a esse grupo de empresas em R$ 5,4 bilhões em um ano, contados a partir do início de 2017.
Na prática, a medida enterra o PSI, uma marca do governo petista, que liberou dinheiro a custo baixíssimo, obrigando o Tesouro Nacional a, por vezes, complementar o orçamento do banco. Entre as medidas está o refinanciamento de contratos que ainda têm parcelas em aberto, parte por inadimplência. Ao todo, o banco conta com R$ 100 bilhões a receber de contratos passados.
Desse total, R$ 10 bilhões devem ser renegociados com MPMs, para que, em vez dos juros de 2,5% a 5,5% cobrados no passado, paguem TJLP de 7,5%. Em contrapartida, é oferecido o alongamento do pedaço do pagamento.

Com isso, o Tesouro não precisará mais fazer equalizações – repasse de créditos ao BNDES -, segundo o diretor de Operações Indiretas do banco, Ricardo Ramos.
Para os agentes repassadores, o ganho é evitar a inadimplência por conta do alongamento do prazo e da alternativa dada ao cliente de ter a garantia de liberação do dinheiro sem a demora por atraso no pagamento.

Entre as facilidades oferecidas às empresas de menor porte está a extensão do limite de faturamento exigido para o enquadramento, de R$ 90 milhões para R$ 300 milhões; redução do processo de financiamento, de 30 para dois dias úteis; e liberação de até R$ 70 milhões para capital de giro, com prazo de pagamento de cinco anos.
A liberação de dinheiro para capital de giro, inclusive para grandes empresas, será retomada pelo banco em sua nova política operacional, que deve ser anunciada em janeiro, segundo Ramos.
Ele diz que as mudanças são estratégicas e não conjunturais. Portanto, não estariam diretamente relacionadas à crise econômica.
Mas a recessão e a velocidade com que a atividade vai se recuperar em 2017 podem afetar a meta de desembolso. “Se tudo o que fazemos hoje tivesse sido feito antes, 2016 teria sido melhor”, afirmou.

http://exame.abril.com.br/pme/bndes-amplia-desembolso-a-micro-pequenas-e-medias-empresas/

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Reestruturar débitos reduz inadimplência para os bancos.


Índice de atrasos na carteira de crédito para empresas dos bancos teria sido 23% maior sem as reestruturações.

Josette Goulart,
O Estado de S.Paulo

Durante este ano, os grandes bancos brasileiros, entre eles Itaú, Bradesco Santander e Banco do Brasil, adotaram em suas estruturas operacionais uma nova diretoria, a de “situações especiais”. O objetivo dos bancos era ter uma equipe especializada não só em renegociar dívidas, dar mais prazo, exigir mais garantia, mas efetivamente reestruturar as empresas, tentando com isso evitar que os calotes cheguem aos resultados dos bancos. Quando uma empresa atrasa um pagamento, a instituição precisa fazer uma provisão que afeta diretamente seu lucro. Além disso, os números de inadimplência crescem. 

Segundo dados do Banco Central, a reestruturação de dívidas reduz a inadimplência nos bancos. Até junho deste ano, a inadimplência nas carteiras de crédito de pessoa jurídica, por exemplo, teria sido 23% maior não fossem as reestruturações. O índice foi de 3%, e teria ficado em 3,7%, segundo o BC. Em dois anos, os dados do BC mostram que as reestruturações cresceram 158% no sistema bancário, saindo de R$ 14 bilhões para R$ 37 bilhões. 

Um caso prático que ilustra como um calote pode aumentar o índice de inadimplência dos bancos foi o pedido de recuperação judicial da Oi. A empresa tem uma dívida de R$ 65 bilhões e os bancos estão entre os credores relevantes da companhia. Quando a recuperação judicial é efetivada, as instituições financeiras imediatamente provisionam 60% do crédito que emprestaram. E a inadimplência, por consequência, é imediatamente afetada. No caso da Oi, a decisão de entrar em recuperação aumentou em média 0,3 ponto porcentual no índice de inadimplência dos bancos no segundo trimestre.


Provisões. Na última divulgação de resultados das empresas, referentes ao terceiro trimestre do ano, os bancos já se mostraram mais otimistas. As provisões para calotes apontaram uma desaceleração e os bancos já preveem que, a partir do primeiro semestre do próximo ano, a inadimplência deva começar a cair. Mas as análises foram feitas antes da nova crise política que se instalou no País e dos números do Produto Interno Bruto (PIB), que fizeram economistas rever previsões para o ano.
O presidente da consultoria alemã Roland Berger, Antonio Bernardo, diz que as provisões para calotes ainda devem subir. Em sua visão, os bancos, mesmo com novas áreas especializadas, têm problemas em agir preventivamente para evitar que as empresas quebrem. 

Ele conta ter feito um trabalho para identificar o nível de relacionamento de um grande banco brasileiro com seus clientes de médio porte e descobriu que os gerentes só conversam com as empresas quando têm algum crédito a ser concedido. “Os bancos se contentam com demonstrações contábeis que são velhas e esquecem de conversar com os seus clientes e saber o que eles estão fazendo para o futuro”, diz. 

“Os bancos brasileiros deveriam analisar o que aconteceu com os bancos europeus recentemente. Na Itália, os bancos precisam de ¤ 20 bilhões em capital para fazer frente aos calotes das empresas.” Ele também critica o fato de os bancos serem muito restritivos ao crédito a pequenas e médias empresas, ajudando a agravar a situação dessas empresas.

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,reestruturar-debitos-reduz-inadimplencia-para-os-bancos,10000092427

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Inadimplência de empresas desacelera em outubro.

Região Nordeste lidera a alta dos atrasos em nome de pessoas jurídicas.
Maior crescimento no nº de empresas devedoras é do setor de serviços.


Do G1, em São Paulo

O crescimento do número de empresas inadimplentes desacelerou em outubro em relação ao mês anterior, porém, segue apresentando taxas expressivas. De acordo com o indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a alta foi de 7,27% na comparação com outubro do ano passado - em setembro a variação anual havia sido de 9,61%.

Além do aumento no número de empresas inadimplentes, houve também crescimento da quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas: 7,49% maior em outubro frente ao mesmo mês de 2015.

Regiões
Os dados levam em consideração todas as regiões brasileiras, incluindo o Sudeste. Segundo o indicador, a região em que mais aumentou o número de empresas inadimplentes no último mês foi o Nordeste, com avanço de 10,24% na comparação com igual período de 2015. Em seguida aparece o Norte, que registrou avanço de 9,62%, o Sul (6,8%), o Centro-Oeste (6,7%) e o Sudeste (5,65%).


Setores

De acordo com o indicador do SPC Brasil, no mês de outubro, o principal crescimento do número de empresas inadimplentes foi no setor de serviços, com variação de 10,40%. Em seguida, aparecem a indústria (7,38%), o comércio (6,30%) e a agricultura (-9,73%).

Com relação ao crescimento de dívidas de pessoas jurídicas pelo setor credor, ou seja, para quem as empresas estão devendo, o comércio aparece com a maior alta (12,86%), seguido pela indústria (9,85%). Completam o ranking de setor credor o segmento de serviços, que engloba bancos e financeiras (6,31%) e de agricultura (0,12%).

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, ainda que o ambiente de maior restrição do crédito faça com que a inadimplência cresça com menos força, a recessão econômica afeta diretamente a capacidade das empresas de honrar seus compromissos, efeito que se soma aos juros elevados que encarecem o custo do capital. “Depois de acelerar no segundo semestre de 2015, a inadimplência de pessoas jurídicas voltou a desacelerar a partir março de 2016. Admitindo-se que a recuperação da economia se inicie no próximo ano e que o mercado de crédito ainda levará algum tempo até mostrar expansão novamente, a inadimplência das empresas, mesmo que continue crescendo, deverá manter a tendência de desaceleração em 2017”, explica Pinheiro.



http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2016/11/inadimplencia-de-empresas-desacelera-em-outubro.html

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Cai acesso de micro e pequenas empresas a créditos bancários.
 
Inadimplência desse grupo saltou de 3,1% para 8% em dois anos. 

 
por Renan Xavier*
21/11/2016 20:06


BRASÍLIA - O Banco Central divulgou nesta segunda-feira que diminuiu o acesso de micro e pequenas empresas a créditos bancários nos últimos dois anos. De julho de 2014 a agosto deste ano, a proporção de pequenos negócios com operações de crédito caiu de 43% para 39%. O levantamento foi feito em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

No mesmo período, a inadimplência dessas empresas subiu de 3,1% para 8%. Nesse dado são levados em conta os atrasos superiores a três meses. Já a taxa média de juros paga pelas micro e pequenas empresas passou de 25% ao ano para 43%. Segundo as organizações, os dados refletem a evolução do ciclo econômico no país, que tem enfrentado recessão econômica.

MUTIRÃO PARA RENEGOCIAÇÃO
Para evitar que esses índices piorem, o Sebrae deve fazer uma espécie de "mutirão" para a renegociação de débitos das micro e pequenas empresas. O diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania do BC, Isaac Sidney Ferreira, disse em nota que é necessário um guia de educação financeira para essas empresas. "A educação financeira das MPE é fundamental para que as decisões que envolvam endividamento sejam conscientes e principalmente para que as empresas tenham maior resistência a enfrentar momentos adversos", informou.

O levantamento cruzou informações de aproximadamente três mil pequenos negócios. Os pequenos negócios correspondem a 98,5% das empresas do país.
Os dados foram divulgados no II Fórum de Cidadania Financeira, realizado na capital federal. Durante o evento, o BC anunciou que irá monitorar a situação de exclusão financeira social no país. O diagnóstico, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), será feito através do Cadastro Único para Programas Sociais, o CadÚnico.

*Estagiário sob supervisão de Eliane Oliveira


http://oglobo.globo.com/economia/cai-acesso-de-micro-pequenas-empresas-creditos-bancarios-20513539

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Bancos brasileiros fazem segunda maior reserva para calote em 10 anos.

Itaú, BB, Bradesco e Santander somaram provisões de R$ 22,76 bi no 3º tri.
Aumento da inadimplência justifica movimento, que reduziu lucro de bancos.

Cédulas de real. notas, dinheiro, reais, cotação, câmbio, valor, economia. -HN- (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
Provisão para Devedores Duvidosos dos quatro maiores bancos do país é a segunda maior em 10 anos. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
 
Com o avanço das taxas de inadimplência, os maiores bancos do país reservaram uma parte maior de recursos para arcar com calotes nas operações de crédito. Bradesco e Itaú creditaram parte de sua redução de lucros no terceiro trimestre deste ano ao aumento das provisões.

Nos balanços de Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander, há um aumento nos montantes da chamada Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) – uma espécie de “fundo” que os bancos deixam reservado para se proteger em caso de possíveis calotes de seus clientes.
 

 

As provisões feitas pelos quatro bancos de julho a setembro somaram R$ 22,76 bilhões. O volume, 14% superior ao observado no trimestre anterior, é o segundo maior dos últimos dez anos. Os números são da provedora de informações financeiras Economatica.


O montante mais alto desde 2006 havia sido informado um ano atrás, no terceiro trimestre de 2015, quando atingiu R$ 27,73 bilhões. Foi no trimestre anterior daquele ano que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 1,9%, e o país entrou em recessão técnica.

“Temos um processo de retroalimentação. Os agentes financeiros aumentam a taxa de juros dos empréstimos ao incorporarem o risco do não recebimento de seus devedores duvidosos. Este movimento, por sua vez, encarece os empréstimos a famílias e empresas. Por fim, potencializa mais a inadimplência”, disse o economista Marcos Pedro, professor de finanças e coordenador da Trevisan Escola de Negócios – RJ.


 

Agência do Bradesco no centro do Rio de Janeiro (Foto: REUTERS/Pilar Olivares) 
Bradesco foi o banco que mais reservou dinheiro para possíveis calotes (Foto: REUTERS/Pilar Olivares)
 
O Bradesco, que divulgou o balanço do terceiro trimestre nesta quinta-feira (10), registrou a maior taxa de inadimplência entre os bancos. De 3,8% em setembro de 2015, o índice subiu para 5,4% um ano depois. Desconsiderando a inclusão do HSBC, comprado em julho de 2016, o Bradesco diz que sua taxa seria de 5,2%. Com isso, o banco acabou reservando o maior valor entre as instituições: R$ 7.468.222.
Na sequência, aparece o Itaú Unibanco. A taxa passou de 3% para 3,9%. Apesar de ter registrado o segundo maior índice, a provisão para créditos não foi a segunda entre os bancos. A provisão somou R$ 5.181.783.
O Banco do Brasil também viu o perfil da sua carteira piorar de novo, com o índice de inadimplência acima de 90 dias subindo 3,51%, ante 2,06% um ano antes. O total de provisão do banco foi o segundo mais alto entre os bancos e chegou a R$ 4.615.888.

A inadimplência no Santander também ficou acima de 3% no terceiro trimestre. De 3,2% em setembro de 2015, a taxa passou para 3,5%.  Por se tratar de um banco menor que os outros privados e estatais, a instituição reservou R$ 3.579.362 para créditos duvidosos.


Caixa Econômica Federal
Nesta segunda-feira (14), o balanço da Caixa Econômica Federal mostrou que no terceiro trimestre, a inadimplência dos clientes também cresceu, de 3,2% no final de junho, para 3,48%, em setembro.

Ao contrário dos demais bancos, que elevaram as provisões contra calote no terceiro trimestre do ano, a Caixa reduziu as reservas. O valor das provisões somou R$ 5,1 bilhões no trimestre, recuo de 18,4% em relação ao mesmo período de 2015.
Apesar de ter divulgado suas informações financeiras, o banco não entrou no levantamento da Economatica porque não tem capital aberto, ou seja, não possui ações negociadas na bolsa brasileira.

Inadimplência
Em setembro, a taxa de inadimplência dos clientes bancários pessoas físicas e das empresas, nas operações com recursos livres (exclui crédito imobiliário, rural e do BNDES), voltou a subir e atingiu 5,89%. Foi o maior patamar desde o início da série histórica do Banco Central, em março de 2011.


http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2016/11/bancos-brasileiros-fazem-segunda-maior-reserva-para-calote-em-10-anos.html

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Lucro líquido do Bradesco cai 21,5% no 3º tri; inadimplência sobe. 

Resultado ficou em R$ 3,236 bi, mas é o primeiro que considera a aquisição do HSBC; lucro ajustado foi de R$ 4,462 bi, recuo de 1,6% sobre um ano antes. 



Pessoas passam em frente à agência do banco Bradesco no centro de São Paulo
Foto: Reuters


SÃO PAULO - O Bradesco, segundo maior banco privado do país, anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 3,236 bilhões de reais no terceiro trimestre, queda de 21,5 por cento ante mesma etapa de 2015.
Na métrica ajustada, o lucro do período foi de 4,462 bilhões de reais, recuo de 1,6 por cento sobre um ano antes. O resultado incluiu pela primeira vez os números do HSBC no Brasil, aquisição que o Bradesco concluiu no início de julho. A carteira de crédito da instituição fechou setembro em 521,77 bilhões de reais, um aumento de 10 por cento em 12 meses. 


O índice de inadimplência acima de 90 dias subiu para 5,4 por cento no período, ante 4,6 por cento no trimestre anterior e 3,8 por cento em igual etapa de 2015.
De julho a setembro, a despesa do Bradesco com provisão para perdas esperadas com calotes atingiu 5,742 bilhões de reais, aumento de 49,1 por cento em 12 meses, número fortemente influenciado por maiores provisões para a carteira do HSBC.
O banco teve rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido de 17,6 por cento no período, queda de 3,1 por cento sobre um ano antes.

(Por Aluísio Alves)
Reuters


http://www.dci.com.br/financas/lucro-liquido-do-bradesco-cai-21,5--no-3%C2%BA-tri;-inadimplencia-sobe-id586633.html

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Inadimplência no Brasil fica em 5,9% em setembro, diz BC.

Nível de inadimplência no Brasil ficou em 5,9% em setembro, maior nível desde o início da série histórica do BC, em 2011.

 

Por Reuters 



Inadimplência: o dado de agosto foi revisado de 5,7% para os mesmos 5,9% de setembro (David Sacks / ThinkStock/)

Brasília – A inadimplência no mercado de crédito brasileiro no segmento de recursos livres repetiu em setembro o nível de 5,9 por cento, maior patamar da série histórica iniciada pelo Banco Central em março de 2011, divulgou a autoridade monetária nesta quarta-feira, após revisar a inadimplência de agosto de 5,7 para 5,9 por cento.

O estoque total de crédito no país, que inclui também o segmento de recursos direcionados, recuou 0,2 por cento em setembro sobre o mês anterior, a 3,110 trilhões de reais, ou 50,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).


http://exame.abril.com.br/economia/inadimplencia-no-brasil-fica-em-59-em-setembro-diz-bc/

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Segundo dados do indicador do SPC Brasil e da CNDL o comércio é o setor que concentra o maior número de empresas negativadas.

Valor Econômico

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 Índice de empresas inadimplentes chegou a 12,20%, segundo indicador do SPC Brasil e da CNDL
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Índice de empresas inadimplentes chegou a 12,20%, segundo indicador do SPC Brasil e da CNDL
Fonte: Economia - iG @ http://economia.ig.com.br/2016-10-24/inadimplentes.html
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Índice de empresas inadimplentes chegou a 12,20%, segundo indicador do SPC Brasil e da CNDL
Fonte: Economia - iG @ http://economia.ig.com.br/2016-10-24/inadimplentes.html
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Índice de empresas inadimplentes chegou a 12,20%, segundo indicador do SPC Brasil e da CNDL
Fonte: Economia - iG @ http://economia.ig.com.br/2016-10-24/inadimplentes.html
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Índice de empresas inadimplentes chegou a 12,20%, segundo indicador do SPC Brasil e da CNDL
Fonte: Economia - iG @ http://economia.ig.com.br/2016-10-24/inadimplentes.html
Índice de empresas inadimplentes chegou a 12,20%, segundo indicador do SPC Brasil e da CNDL

Após dois meses de queda o número de empresas inadimplentes no País voltou a subir em setembro, na comparação com igual período do ano anterior, ao atingir 12,20%, segundo indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito  (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Mesmo com a alta no mês de setembro, o SPC Brasil afirmou que o patamar de empresas inadimplentes  apurado no período é o terceiro menos intenso ao se observar os últimos nove meses  da série histórica. O indicador apurou ainda que a região Nordeste lidera a alta de 14,62% nos atrasos na comparação com as demais regiões do País, sendo que os players do setor de comércio que lideram como devedoras. Em seguida aparece o Norte,  que registrou avanço de 12,69% na mesma base de comparação, o Centro-Oeste (11,22) e o Sul (9,78%). Sudeste não entrou no indicador devido a “Lei do AR”, que impõe  dificuldades para negativação no estado de São Paulo.

Crise econômica
Segundo o presidente da CNDL,  Honório Pinheiro, a crise econômica e os juros elevados, que encarecem o custo do capital, são os fatores impulsionam o indicador de inadimplência. “A atividade econômica ainda enfraquecida prejudica o faturamento das empresas e, consequentemente a sua capacidade de pagamento. Se o cenário de recuperação econômica se confirmar, o que ainda não parece tão claro, podemos esperar uma desaceleração mais intensa no ritmo ainda alto do crescimento da inadimplência”, explica Pinheiro.

Além do aumento no número de empresas inadimplentes, houve também um crescimento na variação da quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas: 14,55% a mais em setembro frente a igual mês de 2015. Já na passagem de agosto de 2016 para o último mês de setembro, sem ajuste sazonal, a alta foi de 1,26% na quantidade de empresas inadimplentes e de 1,09% no volume de dívidas.

Setores endividados
Ainda segundo dados do indicador do SPC Brasil e da CNDL o comércio é o setor que concentra o maior número de empresas negativadas. Mais da metade, ou seja, 50,29% são estabelecimentos comerciais. O segmento de serviços aparece em segundo lugar, ao concentrar 34,53% dos inadimplentes e ainda foi a atividade que apresentou maior alta no endividamento ao crescer 15,22% em setembro, na comparação com igual período do ano anterior. Em seguida, aparecem o comércio (11,67%), a indústria (11,51%) e a agricultura (7,33%).

De acordo com o indicador do SPC Brasil, o setor credor que apresentou o maior crescimento das dívidas de pessoas jurídicas –  ou seja, para quem as empresas estão devendo –   são:  comércio com 17,95%, seguidas das indústrias com 17,14%. Completam o ranking de setor credor o segmento de serviços, que engloba bancos e financeiras  com 13,92% e de agricultura com 0,25%.

Fonte: Economia - iG @ http://economia.ig.com.br/2016-10-24/inadimplentes.html

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Inadimplência de empresas cresce 1,5% no 3º trimestre.

No acumulado do ano até setembro, a inadimplência da pessoa jurídica aumentou 5,1% quando comparado aos nove primeiros meses de 2015.

 

Por Estadão Conteúdo

Homem inadimplente
Inadimplência: somando os últimos quatro trimestres, o aumento foi de 6,3% (AlexKalina/Thinkstock/)

São Paulo – A inadimplências nas empresas subiu 1,5% no terceiro trimestre deste ano na comparação com o trimestre imediatamente anterior na série com ajustes sazonais, informou nesta quinta-feira, 20, a Boa Vista SCPC. Em relação ao mesmo período do ano passado, a alta também foi de 1,5%.

No acumulado do ano até setembro, a inadimplência da pessoa jurídica aumentou 5,1% quando comparado aos nove primeiros meses de 2015. Já somando os últimos quatro trimestres, o aumento foi de 6,3%, o que significou uma desaceleração de 1,6 ponto porcentual frente ao resultado registrado no trimestre terminado em junho, na mesma base de comparação, sinalizou a Boa Vista SCPC.

A instituição considerou que o resultado do terceiro trimestre do ano mostra sinais de enfraquecimento da inadimplência das empresas, após oito trimestres de elevação contínua nos valores acumulados em quatro trimestres, “mantendo a tendência de desaceleração na análise de longo prazo”, disse em nota.

A Boa Vista também apontou que a retomada da confiança deve auxiliar a redução da inadimplência. “Com a retomada da confiança, houve uma melhoria das próprias perspectivas para atividade econômica, inflação, juros e consumo, fatores importantes para uma melhora gradual das empresas.”

O indicador de inadimplência de empresas é um somatório dos principais mecanismos de apontamento de inadimplência empresarial (cheques devolvidos, títulos protestados e registros de débitos) realizados na base da Boa Vista SCPC.


http://exame.abril.com.br/economia/inadimplencia-das-empresas-cresce-1-5-no-3-trimestre-diz-boa-vista-scpc/

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Inadimplência alta trava ampliação das operações de microcrédito no Brasil.
Agência Estado 
 
São Paulo, 17 - De olho na retomada da economia, os bancos veem chance de ampliação da concessão de microcrédito no Brasil. No entanto, as altas taxas de inadimplência ainda fazem as instituições pensarem duas vezes antes de liberar dinheiro a pequenos empreendedores. Neste ano, o calote no microcrédito atingiu o "pico" de 7,7%. Atualmente, a taxa está em 6,5%, mas, ainda assim, é maior do que a do crédito para pessoa física, de 6,2%.

Segundo o superintendente de microcrédito do Santander, Jerônimo Ramos, o setor de microcrédito poderia quadruplicar de tamanho em cinco anos, atingindo R$ 20 bilhões em concessões. Ramos diz que o mercado potencial para o microcrédito é de 30 milhões a 50 milhões de empreendedores. A projeção considera a expansão do limite de empréstimo para R$ 50 mil, do faturamento anual máximo para até R$ 300 mil e uso de 3% do compulsório.

Os números do executivo embutem mudanças consideráveis nas regras atuais, que Ramos classifica de "amarras". Atualmente, o Banco Central limita o microcrédito a empreendedores com faturamento anual de até R$ 120 mil. O valor máximo por operação é de R$ 15 mil e o juro não pode passar de 4% ao mês. Hoje, o uso do compulsório é limitado a 2%. Segundo o BC, o microcrédito representa 1,3% do total do crédito pessoal no País.

Soluções
O caminho para reduzir a inadimplência, segundo os bancos, é investir na garantia chamada de "aval solidário". Nessa modalidade, um grupo de microempreendedores é fiador do outro.

No Banco do Nordeste, pioneiro em microcrédito, o sucesso dessa garantia ajuda a garantir uma inadimplência de 1,4%. "O líder do grupo solidário ganha um status na comunidade. Ele sabe da situação financeira de todos e cobra o pagamento em dia", diz Marcos Holanda, presidente do banco.

O problema é que, segundo o presidente da Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (Abcred), Almir da Costa Pereira, o sistema clássico do microcrédito, que também inclui forte presença dos agentes financeiros, acaba não sendo seguido pelos bancos privados.

Segundo Ramos, do Santander, montar grupos solidários em cidades como São Paulo é difícil - o que obriga os bancos a conceder empréstimos individuais. Assim, a instituição fica exposta a um risco de inadimplência maior, justamente o que impede uma expansão maior da modalidade.

Acompanhamento
Além de um empréstimo, o microcrédito desempenha um papel importante de educação financeira do tomador. Na modalidade, o dinheiro só é liberado mediante orientação de um agente de crédito do banco, que vai visitar o local do negócio e avaliar quais são as principais necessidades de investimento, ajudando o empreendedor a aplicar os valores.

Foi o que aconteceu com o cabeleireiro paulistano José Pereira Pardinho Neto, de 36 anos, que precisava de dinheiro para reformar seu salão na zona sul de São Paulo. Ao procurar uma agência, o gerente indicou a linha de microcrédito e uma agente visitou o local. "Eles pediram orçamentos para a reforma antes de liberar o financiamento", conta. O banco liberou R$ 15 mil a uma taxa de juros de 2,5% ao mês. Com o dinheiro, Pardinho Neto também comprou equipamentos.

Segundo Holanda, do Banco do Nordeste, para o microcrédito não perder a identidade com o potencial crescimento do mercado, o agente de crédito é essencial. O Banco do Nordeste iniciou em junho um projeto-piloto que aumenta o valor máximo liberado de R$ 6 mil para R$ 15 mil, mas focado apenas em clientes que já têm relacionamento com o banco. "A ideia é que esse pequeno empresário tenha, além de capital de giro, dinheiro para investir e crescer", diz.

A Caixa Econômica Federal também tem projetos na área. A instituição estuda oferecer microcrédito para estimular o empreendedorismo na faixa 1 do Minha Casa Minha Vida, ou seja, para famílias que ganham até R$ 1,8 mil ao mês. Por ora, o projeto está em análise. Neste ano, o banco destinou R$ 300 milhões para o microcrédito, à taxa média de 2,95% ao mês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2016/10/17/internas_economia,814812/inadimplencia-alta-trava-ampliacao-das-operacoes-de-microcredito-no-br.shtml

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Dívidas renegociadas evitam maior aumento da inadimplência.
 
AndreyPopov/Thinkstock 

 
Casal faz contas: o fluxo mensal de reestruturações de dívidas vem crescendo desde o último trimestre de 2015

 

Da AGÊNCIA BRASIL

Em cenário de queda da economia, do aumento do desemprego e da alta da inflação, as renegociações de dívidas têm ajudado a impedir um aumento maior da inadimplência.

Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado hoje (15) pelo Banco Central (BC), houve um pico da chamada reestruturação de dívida em junho deste ano, o que contribuiu para reduzir a inadimplência no encerramento do semestre.

Segundo o BC, se não fossem as operações de reestruturação de dívidas, a inadimplência teria um aumento de 0,9 ponto percentual, encerrando o semestre em 4,4%.

O BC explica que as reestruturações de dívidas são um subconjunto das renegociações, em que o tomador enfrenta dificuldades financeiras para honrar seus compromissos, e a instituição financeira faz concessões, relativamente às condições de pagamento, que não faria em condições normais de mercado, com o objetivo de reduzir perdas.

As reestruturações são estimadas pelo BC, que identifica as operações vencidas e convertidas em operações a vencer, sem pagamento integral dos valores em atraso.

De acordo com o relatório, o fluxo mensal de reestruturações de dívidas vem crescendo desde o último trimestre de 2015 e estão sendo adotadas em todas as modalidades de crédito, mas com maior intensidade nas operações de financiamento imobiliário. O BC também destaca os financiamentos de veículos e cartão de crédito. 



http://exame.abril.com.br/economia/noticias/dividas-renegociadas-evitam-maior-aumento-da-inadimplencia

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Renegociação de dívidas soma R$ 430,5 bi e alimenta recuperações de crédito.

Alta nesse montante foi de 82% em relação a 2014.


por

 

Oi passa pela maior recuperação judicial já feita no país, com dívida de R$ 64,5 bi - Michel Filho / Agência O Globo
 

RIO - A crise da dívida brasileira vai muito além daquela devida por estados e União: empresas e famílias estão afundadas em débitos caros e difíceis de honrar com a renda desidratada pela recessão. A gravidade da situação, porém, impulsiona segmentos que salivam justamente sobre créditos inadimplentes. Negócios como o de reestruturação de grandes dívidas corporativas, aquisição de carteiras de "crédito podre" e recuperação de contas em atraso estão tendo o ano mais movimentado dessa indústria. Existem, hoje, no Brasil R$ 403,5 bilhões em créditos bancários renegociados ou reestruturados - quando há mudanças nas condições de financiamento devido a dificuldades enfrentadas pelo devedor -, 82% mais do que em março de 2014, segundo números do Banco Central (BC). Considerando-se apenas as empresas, o valor subiu 85% no período, para R$ 176,56 bilhões.

Não há dados consolidados sobre o mercado de assessorias para reestruturação corporativa, mas os casos de 20 grandes empresas que anunciaram ou concluíram este ano processos de reestruturação ou recuperação judicial mostram como a demanda está aquecida. O débito em jogo nessas empresas é de R$ 144,7 bilhões. Parte relevante é formada por títulos de dívida (debêntures e bonds emitidos no exterior), que não entram nas contas do BC. São casos de destaque como os de Oi - que passa pela maior recuperação judicial já feita no país, com dívida de R$ 64,5 bilhões - e Sete Brasil, mas também de firmas menores, como a Log-In, de logística que repactuou R$ 481 milhões, e Usina Coruripe, de açúcar e álcool, que reestruturou R$ 1,9 bilhão.
- A crise se instalou em velocidade tão grande que a geração de caixa praticamente sumiu antes de as empresas conseguirem fazer ajustes. Sem poder pagar as dívidas, as empresas estão tendo que fazer reestruturações - afirmou Renato Franco, sócio da Íntegra, uma das pioneiras desse segmento no país, tendo reestruturado a Parmalat em 2006.

O banco Brasil Plural estima que de 60% a 70% das companhias abertas não geram caixa suficiente para pagar sequer os juros de suas dívidas. A reestruturação envolve um diagnóstico da situação financeira da empresa que leva a uma renegociação com bancos e credores, em busca de alongamento e carência. Caso não dê certo, o caminho é partir para recuperações extrajudiciais ou judiciais.
- Embora já haja alguma expectativa de reação econômica, isso ainda não chegou aos balanços das empresas. O que houve foi uma estabilização em um ponto muito baixo. Os juros continuam altos, o custo das empresas está entre 18% a 20% ao ano. Isso gera destruição de geração de caixa e vai demorar para melhorar - disse Ricardo Carvalho, chefe de Ratings Corporativos da Fitch.

 
Bancos independentes e consultorias estrangeiros como Moelis, PJT, Rothschild e FTI Consulting vêm explorando com mais força esses serviços no Brasil, sobretudo quando bonds integram as dívidas. Estima-se que só a Moelis - que assumiu casos como Oi, Coruripe, Log-In e Tonon - já atuou na recuperação de mais de US$ 20 bilhões desde que chegou ao Brasil, em 2014.
 
Mas a crise da dívida tem chamado a atenção de bancos que não atuavam no segmento. São instituições que viram encolher suas receitas com assessoria de fusões e aquisições - cujo número de transações caiu 28% no primeiro semestre, segundo a PwC - justamente por causa da crise e buscam recuperá-las por meio desse segmento. O americano JP Morgan é um dos novos entrantes, assessorando a Samarco na reestruturação de dívida líquida de R$ 13,1 bilhões.

O Brasil Plural investe no segmento: criou a área de special situations há três anos e tratou de 15 casos que somam dívida bruta de R$ 25 bilhões.
- Não somos um banco de crédito. Não temos qualquer conflito de interesse para fazer reestruturações, já que não somos credores das empresas - afirmou o sócio Warley Pimentel, que atua como presidente do Grupo Colombo, rede de vestuário masculino que contratou o banco para reestruturar dívida de R$ 1,5 bilhão. - Hoje, o segmento é bastante relevante para o banco.
O Brasil Plural quer aumentar a equipe especializada nessa área de 12 para 18 funcionários este ano; no futuro próximo, o objetivo é dobrar o número. Em cada reestruturação, o banco contrata especialistas externos, como advogados e consultores.

Os bancos credores se prepararam para fazer frente à deterioração das finanças corporativas, tornando improvável um abalo ao sistema, segundo Alcir Freitas, analista da agência Moody's. Segundo a agência, nos bancos privados, as provisões contra calotes equivalem a 180% dos créditos problemáticos, contra 150% em 2013.
Os bancos têm sido mais atuantes na venda dos chamados "créditos podres", carteiras em atraso cuja chance de recuperação é considerada cara por ser mais improvável. Além disso, é uma forma de gerar receita extra num momento de menor concessão de crédito. Os sócios da KPMG Brasil Fernando Omori e Fábio Barbosa estimam que o volume vendido pode chegar a até R$ 30 bilhões este ano, 15% mais que os R$ 26 bilhões do ano passado. No começo da década, o mercado era de R$ 6 bilhões; o potencial é de atingir R$ 50 bilhões em 2020, disse Alexandre Nobre, da RCB 

Investimentos, que compra e recupera carteiras.
- O crescimento vai depender de os bancos adotarem uma estratégia de colocar ao menos 25% ou 30% de sua carteira no mercado - afirmou Nobre.
Firmas como a RCB pagam entre 2% e 5% do valor de face dos créditos podres.
- O mercado está mais movimentado, estamos crescendo 26% ao ano. Mas, por causa da crise, ficou muito mais difícil recuperar o crédito. Não existe mais devedor que não paga porque não quer. Isso é 1%. As pessoas não estão conseguindo pagar - contou Rodrigo Carvalho, diretor de Operações da Paschoalotto, que presta serviço de recuperação de crédito aos principais bancos e tem a Gávea Investimentos entre os sócios.

A crise da dívida corporativa está levando à ampliação do sofisticado mercado de fundos de investimentos cuja rentabilidade está ligada a recebíveis inadimplentes. O patrimônio dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FDICs) com foco em crédito inadimplente saltou 136% em dois anos, para R$ 4,4 bilhões, segundo levantamento da consultoria Uqbar feito a pedido do GLOBO. Os maiores gestores são o Banco Merrill Lynch (patrimônio de R$ 1,74 bi) e a Península (R$ 513 milhões).
- O segmento cresce tão fortemente que vem levantando a indústria de FIDCs como um todo - disse Carlos Augusto Lopes, sócio da Uqbar.

http://oglobo.globo.com/economia/renegociacao-de-dividas-soma-4305-bi-alimenta-recuperacoes-de-credito-20215905

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Recuperação judicial e falência em construtoras avançam 25%.
 

Sinal Vermelho. Recessão que atingiu todos os tipos de canteiros de obras, coloca em xeque a sobrevivência das empresas que, desde o ano passado, lutam mês a mês para fechar as contas.


São Paulo - A retomada muito lenta do PIB da construção tem sido um balde de água fria para empreiteiros. Contando que este ano a economia estaria melhor, muitos trabalharam no limite das finanças ano passado e agora, sem a volta da economia, a perspectiva é que as falências e recuperações judiciais subam mais de 25%.
Ano passado, o número de construtoras que pediram recuperação judicial subiu 30%, e para este ano a previsão é que mais de 1300 empresas de todos os portes façam o pedido. "Elas se endividaram demais com alto volume de investimento entre 2011 e 2013, depois, em 2014 e 2015, houve o movimento de busca por crédito com bancos para segurar as contas", explicou o coordenador do núcleo de finança empresarial da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sérgio Camaradi.
Para o acadêmico, esse alto endividamento não seria um problema, se houvesse mais sinais de retomada do PIB da construção. "Com a Selic muito resiliente e sem perspectivas de diminuição de juros, as condições seguem deterioradas." 

Este ano, a perspectiva é que o PIB da construção encolha 5%, em cima de uma retração de 7,3% vista ano passado. "O cenário é de incertezas. Entre as grandes empresas há o medo com envolvimento em investigações e falta de clareza sobre as obras públicas, entre as pequenas, há o enforcamento das contas e a possibilidade de falência", diz o presidente da MK Contabilidade, Marco Kinnof.
O executivo, que tem 75% de sua carteira voltada para construtores de todos os portes aponta que as dificuldades cresceram muito. "Ano passado entramos com pedido de falência de 13 construtores. Este ano, até agosto, já são 15. Estamos bastante preocupados, porque os que ainda não pediram [recuperação judicial ou falência] podem pedir se o mercado da construção não melhorar ano que vem", alerta. 

As pedras no sapato
Além do crédito caro e escasso - que inibe tanto a contração de aporte das empresas quanto a perspectiva de venda ao consumidor final - as construtoras vivem o que especialistas chamam de 'a tempestade perfeita'. "O programa 'Minha Casa Minha Vida' está com repasses atrasados, tanto da União, quanto do município. As grandes obras estão paradas, o material de construção está caro, então não há nem pequenas obras para sustentar o mercado", diz Kinnof. Além disso, o acadêmico da UFMG ressalta os problemas com folha de pagamento, alta de impostos e aluguel de equipamentos, realizado em dólar.
Todas essas questões, concordam os especialistas, seriam menos decisivas na sobrevivência das empresas se houvesse algum estímulo externo. "Mas o novo governo já sinalizou que nada de imediato pode ser feito. Agora, esse mercado que já demitiu mais 1 milhão de pessoas, vai demorar para retomar os patamares de 2013 no nível de atividade. ", diz Kinnof.

O futuro é agora
Quando o assunto são as demissões geradas nos últimos meses pela indústria da construção, o presidente do Sindicato da Construção de São Paulo (SindusCon-SP), José Romeu Ferraz Neto, é enfático: "Embora os empresários do setor estejam menos pessimistas em relação ao futuro desempenho das construtoras, a persistência dos juros altos, o desemprego, o declínio da renda das famílias e as restrições à concessão de financiamentos determinam a atual escassez de novos investimentos no setor", afirma, lembrando que a manutenção do 'Minha Casa', a retomada das 1,6 mil obras públicas paralisadas e as mudanças no FGTS para compra de imóveis também são crucial para o futuro do setor.
O presidente da MK, no entanto, garante que, para muitos, o futuro pode não chegar. "As contas não fecharam este mês, e não fecharão mês que vem. Sem mais clareza sobre quando virá esse futuro de otimismo, tudo fica muito incerto." 

Recuperação judicial
Dados do Instituto Nacional de Recuperação Empresarial revelam que 1.079 empresas do ramo entraram com pedido de recuperação judicial em 2015, 30% mais que as 846 de 2014. O maior crescimento (41%) foi na região Sudeste, onde 450 empresas entraram com pedido. Em segundo lugar, a região Sul com aumento de 22% nos pedidos; depois a Norte, com alta de 19%; Nordeste, com aumento de 18%; e Centro-Oeste, 16%.
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), José Carlos Martins, esse dado é alarmante, e reflete a falta de saída que as empresas do ramo vivem agora. "As da Região Sudeste são as mais impactadas, muito pela dependência da atividade industrial", afirmou ele, em um evento na capital paulista. 

Para Camaradi, da UFMG, outro fator decisivo para o sudeste ter o maior número de pedidos foi o 'boom' imobiliário. "As empresas não contavam com essa quebra de ritmo de vendas e muitas estão amargando prejuízo só para conseguir se desfazer do estoque excedente", disse, lembrando que, em cada imóvel, a construtora lucra entre 3% e 5%, mas para conseguir vender, muitas apertaram as margens para menos de 1,5%, tornando o negócio pouco sustentável. 

Mostrando que São Pulo segue no cerne da crise, a Viver Incorporadora e Construtora entrou este mês com pedido de recuperação judicial na capital paulista, em caráter de urgência. Em nota à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa credita aos fundamentos da economia e a falta de condições de cumprir suas obrigações como principal motivo para o pedido. "A Viver é a primeira construtora de capital aberto a pedir recuperação judicial, o que mostra que ninguém está à salvo", diz o especialista em falência e recuperação judicial do escritório Mendes, Favinni & Douglas Advogados, Reginaldo Favinni. Quem também estaria considerando entrar com o pedido até o final do ano é a PDG que, procurada pela reportagem do DCI, disse que não estava comentando o assunto. 

Paula Cristina

http://www.dci.com.br/em-destaque/recuperacao-judicial-e-falencia-em-construtoras-avancam-25---id577302.html

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Número de empresas inadimplentes cresce 10,78% em agosto.
 
Dados foram divulgados nesta terça pelo SPC Brasil e pela CNDL.
Já em relação a julho, houve queda de 0,52%.



Do G1, em São Paulo


O total de empresas com contas em atraso subiu 10,78% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Já em relação ao mês anterior, o número de pessoas jurídicas inadimplentes teve recuo de 0,52%, segundo a pesquisa.

“A inadimplência das empresas cresceu significativamente no final de 2015 e desde o segundo trimestre de 2016 vem mostrando acomodação. Porém, este crescimento mais discreto da inadimplência das empresas não está ligado a uma melhora na sua capacidade de pagamento”, disse em nota o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

“O principal fator influenciador é relacionado ao aumento da restrição ao crédito, principalmente via aumento das taxas de juros, critérios mais rígidos para concessão de crédito por parte dos bancos e à maior incerteza por parte dos empresários, o que acaba levando o segmento a contrair menos dívidas, adiando novos investimentos e contendo avanços da inadimplência.”




http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/09/numero-de-empresas-inadimplentes-cresce-1078-em-agosto.html

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Setor de serviços lidera inadimplência das empresas.

Setembro 20, 2016


(Foto:Divulgação) Setor de serviços lidera inadimplência das empresas

O setor de serviços (bar, restaurante, salões de beleza, turismo, entre outros), que costuma sentir por último os efeitos da crise, registrou em junho maior percentual de inadimplência, revela estudo inédito da Serasa Experian, com 45,3% do total. Foi a primeira vez, desde 2015, que este segmento ultrapassou o setor de comércio (comércio de bebidas, vestuário, veículos e peças, eletrônicos, entre outros), com 44,9% do total. O levantamento de junho de 2016 apontou que 4,45 milhões de empresas estão negativadas, das cerca de 8 milhões em operação no cenário nacional.
De acordo com os economistas da Serasa, as pessoas, por falta de dinheiro, estão gastando menos no salão de beleza, no restaurante, nas compras em geral, o que acaba se refletindo também nos empregos e desempenho do setor.

As dívidas atrasadas totalizam R$ 106,6 bilhões. O número de inadimplentes é o maior já registrado pela Serasa Experian desde que iniciou a medição, em 2015, quando pela primeira vez a inadimplência afetou 3,79 milhões de companhias. Em junho de 2015, verificou-se 3,84 milhões de empresas inadimplentes. De março de 2015 a junho deste ano mais de 661 mil se somaram às empresas já negativadas. Em média, depois de 60 dias com débitos em atraso, a empresa já é negativada nos birôs de crédito.

Segundo os economistas da Serasa Experian, metade das empresas estar inadimplente é uma situação mais preocupante do que a inadimplência do consumidor, que já atingiu 41% da população adulta. O quadro recessivo que se instalou na economia brasileira desde o ano passado afeta diretamente o ritmo dos negócios e, por consequência, a geração de caixa por parte das empresas. Além disto, a crescente elevação dos custos financeiros (taxas de juros mais altas) e de mão-de-obra (salários crescendo acima da produtividade) impõe maiores dificuldades financeiras para os negócios. 

A grande maioria das empresas negativadas são pequenas e médias e elas concentram a maior parcela da geração de empregos no Brasil. A falta de caixa para honrar as dívidas também impacta o pagamento de salários, o que ajuda a engrossar as taxas de desemprego.

(Redação – Agência IN)
http://www.investimentosenoticias.com.br/noticias/negocios/setor-de-servicos-lidera-inadimplencia-das-empresas

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Dívidas renegociadas evitam maior aumento da inadimplência.
 
AndreyPopov/Thinkstock 

 
Casal faz contas: o fluxo mensal de reestruturações de dívidas vem crescendo desde o último trimestre de 2015

 

Da AGÊNCIA BRASIL
Em cenário de queda da economia, do aumento do desemprego e da alta da inflação, as renegociações de dívidas têm ajudado a impedir um aumento maior da inadimplência.

Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado hoje (15) pelo Banco Central (BC), houve um pico da chamada reestruturação de dívida em junho deste ano, o que contribuiu para reduzir a inadimplência no encerramento do semestre.

Segundo o BC, se não fossem as operações de reestruturação de dívidas, a inadimplência teria um aumento de 0,9 ponto percentual, encerrando o semestre em 4,4%.

O BC explica que as reestruturações de dívidas são um subconjunto das renegociações, em que o tomador enfrenta dificuldades financeiras para honrar seus compromissos, e a instituição financeira faz concessões, relativamente às condições de pagamento, que não faria em condições normais de mercado, com o objetivo de reduzir perdas.

As reestruturações são estimadas pelo BC, que identifica as operações vencidas e convertidas em operações a vencer, sem pagamento integral dos valores em atraso.

De acordo com o relatório, o fluxo mensal de reestruturações de dívidas vem crescendo desde o último trimestre de 2015 e estão sendo adotadas em todas as modalidades de crédito, mas com maior intensidade nas operações de financiamento imobiliário. O BC também destaca os financiamentos de veículos e cartão de crédito. 



http://exame.abril.com.br/economia/noticias/dividas-renegociadas-evitam-maior-aumento-da-inadimplencia

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Número de inadimplentes cai em agosto pelo 3º mês seguido.

Cautela do consumidor em assumir novas dívidas está freando o calote de dívidas.

 
Foto: Jeff Belmonte/Flickr


Com a crise, as pessoas assumiram menos dívidas

A cautela do consumidor em assumir novas dívidas por causa da recessão está freando o calote. Isso é o que revelam dois indicadores de inadimplência apurados no mês passado por instituições diferentes, mas ambas especializadas em monitorar o comportamento do consumidor.

Pelo terceiro mês seguido, o número de inadimplentes no País recuou, apontam as projeções do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). No mês passado, 58,8 milhões de brasileiros estavam na lista de negativados. Em julho, eram 58,9 milhões de consumidores. Agosto foi o terceiro mês consecutivo que o número de inadimplentes diminuiu em relação ao mês anterior.

Também de acordo com a pesquisa do SPC Brasil, a quantidade de dívidas em atraso no mês passado caiu 0,76% em comparação com agosto de 2015. Foi a primeira queda anual na série do indicador iniciada em 2010.

Pesquisa da Boa Vista SCPC revela que, em agosto, a inadimplência do consumidor recuou 4,2% em relação a julho. E o indicador acumulado em 12 meses de calote está desacelerando desde abril.

A queda da inadimplência em meio ao cenário de recessão pode parecer contraditória, mas na prática não é. Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, explica que o número de inadimplentes caiu porque, com a crise, as pessoas assumiram menos dívidas e têm menos contas para pagar. Logo, a chance de ficarem inadimplentes diminuiu.

"A queda no número de inadimplentes não é motivo para comemoração porque a redução do calote não está ocorrendo pela melhoria na capacidade de pagamento", observa economista. Ela lembra que o movimento ocorreu por causa da redução do endividamento do brasileiro.

Endividamento. O último dado disponível do Banco Central mostra que o endividamento das famílias acumulado em 12 meses até junho correspondia a 43,7% da renda. Esse é o menor nível do indicador desde dezembro de 2012.

Na análise de Marcela, a inadimplência está "parando de piorar". "Existe uma acomodação dos indicadores", diz ela. Um dado da pesquisa que sustenta essa avaliação cautelosa é que o calote das despesas compulsórias, como as contas de água e luz, continua em alta, enquanto a inadimplência de dívidas voluntárias, como financiamentos bancários, diminuiu. No mês passado, pesquisa do SPC Brasil mostra que o calote das contas de água e luz subiu 2,34% em relação ao mesmo período de 2015. Já a inadimplência bancária caiu 0,54%, na mesma base de comparação.

Na opinião do economista da Boa Vista SCPC, Flávio Calife, a perda de fôlego do calote é favorável, apesar de o motivo não ser a melhoria na capacidade de pagamento. "Dá para comemorar porque, sem essa queda, o cenário poderia ser bem pior", diz ele.

Calife observa que o indicador de inadimplência do consumidor, acumulado em 12 meses, vem perdendo fôlego desde abril. Ele acredita que se trata de uma tendência. Tanto é reduziu a projeção de alta do calote para o ano de 4% para 2,5%.

Apesar da redução dos indicadores, Marcela acredita que uma queda sustentável do calote só deve ocorrer no final do ano que vem, quando houver uma recuperação do emprego e da renda. "Pelo menos estamos começando a enxergar uma luz no fundo do túnel", pondera.

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,numero-de-inadimplentes-cai-em-agosto-pelo-3-mes-seguido,10000075580

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Quitação de dívidas no Refis é baixa, diz Receita.

Estudo mostra que poucas empresas pagam os débitos refinanciados pelo governo.

BRASÍLIA - Em reação ao movimento crescente para que o governo conceda às empresas um novo Refis – programa de recuperação fiscal com parcelamento dos débitos das empresas –, a Receita Federal preparou um estudo que mostra que é muito baixo o índice de quitação dos parcelamentos da dívida tributária. A maioria dos contribuintes acabou sendo excluída dos programas por inadimplência ou optou por incluir a dívida parcelada em um Refis posterior.

Foto: Reuters

Desde 2000, a Receita Federal já fez 27 parcelamentos especiais, entre eles até um específico para a recuperação de dívidas de times de futebol.

No primeiro Refis, lançado há 16 anos, só foram pagos 3,4% dos débitos e 90,92% dos optantes foram excluídos do programa. Para a Receita, os sucessivos programas criaram uma “cultura de não pagamento” pelos contribuintes, que ficam na expectativa da criação um novo parcelamento com condições especiais, com efeitos deletérios para a arrecadação.

Desde 2000, a Receita já fez 27 parcelamentos especiais, entre eles um específico para recuperação de dívidas de times de futebol e de bancos. No chamado “Refis da Crise”, o mais famoso deles, aprovado pelo Congresso em 2009 em meio à recessão econômica provocada pela crise financeira internacional, 33,08% dos contribuintes já saíram do programa, deixando de pagar R$ 54,36 bilhões. Um volume que chega a 39,1% do total de R$ 139 bilhões de dívidas parceladas.

Certidão. Um dos principais defensores de um novo Refis, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, alega que as empresas não conseguem recuperar a atividade econômica se não tiverem financiamento. “Elas precisam da certidão de regularidade fiscal. Ninguém atrasa impostos porque quer. Quem não está pagando é porque não tem recursos para fazê-lo, não tem opção”, disse. Ele já levou o pedido ao presidente Temer e ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Segundo Andrade, o governo pode desenhar um programa diferente dos outros já concedidos. Lembrou que o governo ajudou os Estados ao alongar as suas dívidas com a União. “O presidente já fez um Refis para os governadores”, ressaltou.

No estudo, a Receita avalia que muitos contribuintes querem apenas conseguir por um tempo a certidão negativa de débitos para tocar seus negócios. Durante o Refis da Crise, os participantes do programa ficaram pagando uma parcela mínima de R$ 100,00 por um longo período, tendo direito à certidão negativa de débitos até que a Receita concluísse o trabalho de consolidação das dívidas parceladas, o que só ocorreu em julho de 2011. Após a consolidação, quando o valor a ser pago subiu, mais da metade dos optantes deixaram o programa.

Naquele Refis, foram criadas 14 modalidades de acerto da dívida, entre pagamento à vista e parcelamento das dívidas, com redução de 60% a 100% de multas e de 45% a 25% dos juros de mora. Ele foi reaberto outras quatro vezes, entre 2013 e 2014. “A certeza do próximo programa e a consequente possibilidade de rolar a dívida é mais atrativa do que qualquer redução oferecida”, diz o estudo da Receita.

Vantagem. O documento ressalta que as regras oferecidas nesses programas tornam muito mais vantajoso para o contribuinte deixar de pagar os tributos para aplicar os recursos no mercado financeiro, já que num futuro próximo poderão parcelar os débitos com grandes descontos e vantagens.

O comando da Receita é contrário à concessão de mais um Refis e avalia que as reduções de multas, juros e encargos legais oferecidas pelos programas atropelam os requisitos previstos no artigo 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O artigo determina que propostas que concedam ou ampliem incentivos tributários devem vir acompanhadas da apresentação de estudo a respeito das implicações financeiras.

A pressão por um novo Refis voltou a crescer depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Durante o período de interinidade do presidente Michel Temer, integrantes da ala política do governo admitiram a possibilidade de um acordo no Congresso Nacional para a aprovação de um novo programa após o afastamento definitivo da presidente do cargo.



http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,quitacao-de-dividas-no-refis-e-baixa-diz-receita,10000074895