segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Pequenas só têm mais um ano para se adequar ao eSocial.

Simplificação da folha de pagamentos. Empresas com faturamento anual de até R$ 78 milhões devem entregar documentos até janeiro de 2017; mudanças podem reduzir custos em até 20%.




São Paulo - Pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 78 milhões só terão mais um ano para se preparar para a entrega dos arquivos do eSocial, prevista para acontecer em janeiro de 2017, conforme calendário do governo federal.

Fredson Justo, sócio diretor da TMF Group, avalia que a agenda da Receita Federal do Brasil deve ser mantida no ano que vem e, por isso, recomenda que as empresas se apressem na adequação ao sistema.
A programação, porém, não inclui as empresas tributadas pelo Simples Nacional. Essas terão um calendário específico que ainda não está definido pelo órgão público.
Já as empresas que tiveram faturamento anual superior a R$ 78 milhões em 2014 deverão entregar as informações trabalhistas e previdenciárias em setembro do ano que vem.

Apesar dos custos de implementação e do momento recessivo da economia, consultorias afirmam que a informatização da folha de pagamentos pode trazer diminuição de gastos. Em uma empresa cliente da KPMG, por exemplo, a unificação do processo de admissão trouxe uma redução de 20% nas despesas da companhia.
"Em uma das empresas que atendemos, a revisitação do processo de admissão promoveu uma diminuição de custos. Essa companhia tinha um processo distinto de admissão de empregados em cada filial. Ao centralizar esse procedimento, o investimento em pessoas recuou, reduzindo em 20% as suas despesas", exemplifica Valter Shimidu, sócio da área de impostos da KPMG.

O especialista reforça, portanto, que a instalação do eSocial pode se reverter em maior competitividade para as empresas, na medida em que a revisão das práticas internas possibilite a identificação de gargalos.
Fredson Justo avalia ainda que a consolidação do eSocial traz agilidade na apuração das obrigações das companhias, além de oferecer mais garantia de direitos aos trabalhadores, já que amplia o controle do governo sobre as empresas.

Falta de preparo
Mesmo que as mudanças possam trazer redução de despesas, as consultorias contábeis informam que a maioria das companhias, sejam elas grandes ou pequenas, ainda não está preparada da forma adequada para a entrega dos documentos no prazo.

Shimidu diz que as companhias, em geral, já estão avançadas no desenvolvimento de softwares e de tecnologia para gerar as informações. Porém, o maior problema está sendo a falta de harmonização entre o sistema informatizado de declaração criado pelas empresas e o que é esperado pelo governo. "As empresas se esquecem de que, além de investimentos em tecnologia, precisam revisitar os seus processos de declaração tributária. É necessário que os processos, regras e normas internas de cada companhia estejam de acordo com a legislação trabalhista e previdenciária atual", alerta o especialista da KPMG, ressaltando que o informe incorreto de dados ao fisco federal pode gerar elevados custos ao empregador.

Ele comenta, por exemplo, que a declaração incorreta de uma informação previdenciária pode resultar em multa de 20% a 75% do valor do INSS que não foi pago pela empresa.
"As companhias precisam investir em revisão das práticas atuais para que se evite o pagamento de multa", assinala.
Uma pesquisa realizada pela Wiabiliza Consultoria Empresarial com 280 empresas de 16 segmentos mostrou que, até abril deste ano, cerca de 20% das companhias consideravam que seus gestores estavam comprometidos com os impactos do eSocial. Outros 21% dos entrevistados ainda não tinham identificado os impactos sobre a cultura organizacional e a gestão de risco, e 9% acompanhavam de longe as novas regras, pois consideram que o software da folha de pagamentos atenderá a todas as necessidades.

Segundo a consultoria, "o resultado do estudo expõe a fragilidade das companhias e o despreparo dos profissionais de recursos humanos, maiores responsáveis pelo envio dos dados, o mais complexo deles a folha de pagamentos, que concentra cerca de 70% das informações que devem ser passadas para o governo federal".
No que diz respeito aos custos de instalação do eSocial, Fredson Justo diz que estes estão girando em torno de R$ 200 mil a R$ 3 milhões, a depender do tamanho das empresas.
"Os valores variam com o porte da empresa e a quantidade de operações", comenta o especialista da TMF Group.

O sistema
O eSocial é integrante do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), sendo um projeto do governo federal que visa unificar o envio de informações pelo empregador em relação aos seus empregados e modernizar a sistemática de fiscalização.
O projeto eSocial é uma ação conjunta de órgãos e entidades do governo, tais como: Caixa Econômica Federal, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) , Ministério do Trabalho e Previdência Social e Secretaria da Receita Federal do Brasil.

As informações ficarão armazenadas no Ambiente Nacional do eSocial e poderão ser acessadas por todos os órgãos participantes do projeto.
O eSocial substituirá o procedimento de envio das diversas declarações, formulários, termos e documentos relativos à relação de trabalho como a GFIP e a DIRF e conforme estudos e com base no leiaute já aprovado, possivelmente também o Caged, RAIS, Livro de Registro de Empregado, CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) e PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário).

Por outro lado, desde outubro deste ano, está disponível a ferramenta que possibilitará o recolhimento unificado dos tributos e do FGTS para os empregadores domésticos, dentro do eSocial, conhecido como Simples Doméstico. Em única guia serão recolhidos por parte do empregador Imposto sobre a Renda Pessoa Física, assim como 8% a 11% de contribuição previdenciária, entre outros.

Paula Salati
http://www.dci.com.br/em-destaque/pequenas-so-tem-mais-um-ano-para-se-adequar-ao-esocial-id518536.html

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Dívida de usinas de cana deve somar R$ 95 bilhões.
 
Cana de açúcar
Cana-de-açúcar: das 450 usinas instaladas no País, 80 delas estão desativadas e cerca de 70 estão em recuperação judicial
 
Mônica Scaramuzzo e Anna Carolina Papp, do Estadão Conteúdo

São Paulo - As usinas de açúcar e etanol devem encerrar a safra 2015/16 (de abril a março) com endividamento recorde de R$ 95 bilhões, um crescimento de 18% sobre o ciclo anterior, 2014/15, quando as dívidas somaram cerca de R$ 80 bilhões.
"Houve uma reação dos preços do açúcar e do etanol, sobretudo a partir de setembro, mas o mesmo câmbio que favorece as exportações (de açúcar) também eleva a dívida do setor", afirmou Alexandre Figliolino, diretor do Itaú BBA.

Estimativa da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) mostra que a receita do setor deve atingir nesta safra cerca de R$ 84 bilhões, um aumento de 17% sobre o período anterior.
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Com a recuperação do açúcar no mercado internacional nos últimos meses, como reflexo da expectativa de déficit de produção global após cinco anos de excedente, e demanda mais aquecida por etanol no mercado interno, as usinas ganharam um fôlego, mas não o suficiente para reverter a situação financeira delicada de boa parte das empresas, segundo fontes ouvidas pelo Estado.
"Nem todas as usinas vão se beneficiar do aumento dos preços", disse Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica.

Das 450 usinas instaladas no País, 80 delas estão desativadas e cerca de 70 estão em recuperação judicial. Para fazer caixa, muitas usinas moeram a cana para vender o etanol durante a safra a preços mais baixos. Já os grupos mais capitalizados conseguiram segurar sua produção para vender durante a entressafra, que tem preços mais atrativos.
São poucos os grupos que devem aumentar os investimentos para expansão de seus canaviais. Uma das exceções é o grupo São Martinho.
Na semana passada, o empresa anunciou que vai investir R$ 42 milhões na Usina Santa Cruz, em Américo Brasiliense (SP), para aumentar sua produção de 4,5 milhões para 5,2 milhões de toneladas de cana.

O grupo tem quatro usinas e capacidade total de 22 milhões de toneladas. "O setor passou por um momento de euforia entre 2005 e 2008. Em 2009, com a crise financeira global, muitas empresas foram afetadas", lembrou Fábio Venturelli, presidente do grupo. O São Martinho foi um dos poucos que reduziu seus custos e manteve rigidez financeira para atravessar a fase mais difícil do setor.
 
Longa jornada
 Apesar de ter começado o ano com notícias favoráveis, como a volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e o aumento da mistura de etanol na gasolina de 25% para 27%, o setor terá uma jornada longa para "arrumar a casa", avaliam analistas.
"A recuperação de preços vai ajudar a fazer com que as empresas comecem a gerar resultados para, lentamente, reduzirem o endividamento", afirma Plínio Nastari, presidente da Datagro.

Para Júlio Maria Martins Borges, da Job Economia, vão sobreviver à crise as usinas que fizerem boa gestão de risco. "O setor voltará a viver um movimento de consolidação", disse Borges. As chuvas constantes no Estado de São Paulo e no Centro-Sul do País levaram a Guarani a antecipar o processamento da safra, com uma moagem total de 19,7 milhões de toneladas. "Encerramos a safra mais cedo com alguma cana em pé, entre 400 a 500 mil toneladas", afirmou Jacyr Costa, diretor do Brasil da Tereos, controladora da Guarani.
A empresa também realizou uma política de retenção de estoques e, no final de novembro, estava com 56% de etanol estocado.

Luiz Mendonça, presidente da Odebrecht Agroindustrial, disse que a empresa teve avanços já neste ano. "Tivemos aumento de 15% em produtividade e de quase 20% na moagem, com a ampliação da usina Eldorado de 2 milhões para 3,5 milhões de toneladas". 
Ele vê boas perspectivas para 2016, mas pleiteia decisões no governo que tragam melhor remuneração para o etanol. "Precisa haver sinalizações claras e de longo prazo para que voltem os investimentos."

http://exame.abril.com.br/economia/noticias/divida-de-usinas-de-cana-deve-somar-r-95-bilhoes

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Na reta final para o Natal, shoppings apostam alto em venda de última hora.

Confiante que os consumidores vão afastar o pessimismo e entrar no clima natalino, operações estendem horário de funcionamento e usarão fluxo de troca e promoção para diminuir estoques. 
 
Movimento nos dias que antecedem o Natal é a última chance de eliminar estoques dentro dos shoppings
Movimento nos dias que antecedem o Natal é a última chance de eliminar estoques dentro dos shoppings
Foto: Dreamstime
São Paulo - Mesmo com a onda pessimista do consumidor, os shoppings apostam alto nas vendas natalinas de última hora. A tendência de queda no faturamento, sinalizado por diversos indicadores, parece não ser o bastante para diminuir o apetite com a data, que terá o período de trocas e promoções pós-feriado para ajudar a eliminar os estoques de 2015.
O sentimento otimista dos centros de compras vai contra a intenção do consumidor em adquirir presentes no Natal. Medido pela Fundação Getúlio Vargas, o indicador apontou retração de 36,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. A pontuação do índice foi a 44,1 pontos, o menor patamar desde 2007.

Mesmo assim, cerca de 19,6 milhões de pessoas devem ir às compras de última hora neste Natal. O número, calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), corresponde a 14,3% dos consumidores que têm a intenção de presentear alguém neste fim de ano.

A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) estima alta de 6% nas vendas natalinas. O número não leva em consideração a inflação nos últimos 12 meses que, segundo o IPCA, passou dos 10% no mesmo período, sinalizando retração de 4% no faturamento dos lojistas. O Shopping Light, por exemplo, projeta uma alta acima dos 6%. Para o superintendente do mall, Edelcio Cazelato Jr., é possível que as vendas no espaço na semana de Natal alcancem avanço de até dois dígitos, frente à 2014.
"Com certeza as venda serão melhores que as do ano passado. Acreditamos em algo em torno de 11%. É um ótimo resultado", avalia.

Localizado na região central de São Paulo, o Shopping Light não vai expandir o horário de funcionamento durante a última semana de compras antes do Natal. Apesar disso, a aposta do superintendente se apoia no volume dos estoques das lojas, que estão 'em nível satisfatório', sinalizando mais opções de compra.
"A demanda por estoques foi grande para este Natal. Isso demonstra que os lojistas estão confiantes em bons resultados. Ainda tem as liquidações pós-festas, além das trocas, que também demandam espaço", comenta.
Também otimista, o Shopping Praça da Moça, em Diadema (SP), na Grande São Paulo, acredita que as vendas natalinas sejam 11% maiores que há um ano. A administração do espaço também prevê um fluxo até 14% maior. Apenas na primeira quinzena deste mês, o shopping registrou um movimento de consumidores 25% maior que no mesmo período de 2014.

Ao contrário do Shopping Light, o Praça da Moça expandiu seu horário de funcionamento para esta semana. "Desde o último dia 15 fechamos às 23 horas. No dia 23 vamos até meia noite. Já na véspera abriremos até as 18 horas", diz o gerente de marketing do mall, Danilo Senturelle.
Para ele, a alta na movimentação do espaço se deu por conta da campanha deste ano, que conta com parceria do canal infantil Nickelodeon. "Trouxemos personagens como o Bob Sponja. Isso atraiu bastante o público", aponta. Os estoques, segundo o gerente, devem ficar limpos após o Natal e a liquidação que acontece após a data religiosa.

Horário estendido
No Rio de Janeiro, os espaços apostam na extensão dos horários de funcionamento para assim angariar os consumidores atrasaram suas compras.
Os shoppings Tijuca, Ilha Plaza, NorteShopping, Plaza Niterói, Recreio Shopping e Via Brasil ficarão abertos até a meia-noite nesta semana.
Na Grande São Paulo, os shoppings Tamboré, Granja Vianna, São Bernardo Plaza e ABC também estenderão funcionamento até a meia noite.

Percepção
Contrariando o otimismo dos shoppings, a percepção dos empresários da Região Metropolitana de São Paulo em relação aos seus estoques piorou em dezembro, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O Índice de Estoques (IE), calculado pela entidade, marcou 93 pontos este mês, o que representa queda de 1,6% ante o resultado de novembro (94,6 pontos) e recuo de 15,9% na comparação com dezembro de 2014 (110,6 pontos).
Houve queda também, segundo o estudo, no volume de empresários que avaliam que os seus estoques estão em situação adequada. O índice passou de 47,2% em novembro para 46,4% em dezembro. Em 2014, a parcela era de 55,1%.

Sammy Eduardo
http://www.dci.com.br/comercio/-na-reta-final-para-o-natal%2C-shoppings---apostam-alto-em-venda-de-ultima-hora-id517632.html

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Atividade econômica inicia 4º tri com retração pior que a esperada, aponta BC.

IBC-Br, índice do Banco Central considerado sinalizador do PIB, recuou 0,63% em outubro, oitavo mês seguido de perdas.

Atividade econômica inicia 4º tri com retração pior que a esperada, aponta BC
Atividade econômica inicia 4º tri com retração pior que a esperada, aponta BC
Foto: Divulgação
SÃO PAULO - O Brasil iniciou o quarto trimestre com contração da atividade econômica pior do que o esperado em outubro, acelerando o ritmo de perdas em relação ao mês anterior e ampliando cada vez mais o cenário de recessão e a dificuldade de recuperação agravado por intensa crise política.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,63 por cento em outubro, marcando o oitavo mês seguido de perdas.
O resultado divulgado nesta sexta-feira foi pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters de queda de 0,50 por cento.

Em setembro, o índice caiu 0,47 por cento em dado revisado pelo BC. Neste ano, a contração mais forte do IBC-BR aconteceu em março, de 1,46 por cento sobre o mês anterior.
A contínua fraqueza da economia reflete desempenhos pífios de vários setores da atividade, bem como inflação e juros altos, aumento do desemprego e contas públicas em desordem, o que vem minando a confiança de consumidores e empresários.
Em outubro, a produção industrial brasileira registrou perdas generalizadas e caiu 0,7 por cento sobre setembro, a quinta leitura mensal negativa.

Por outro lado, o varejo em outubro avançou 0,6 por cento, mas esse foi apenas o primeiro resultado positivo desde janeiro e foi considerado pontual, não uma mudança de tendência.
"O recuo... refletiu, essencialmente, o desempenho negativo da produção industrial no período. A nova retração do índice, juntamente com os indicadores coincidentes de atividade já divulgados, sugere mais um declínio do PIB neste trimestre", apontou o diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, em nota.
O BC ainda apontou que o IBC-Br recuou 6,19 por cento em outubro sobre um ano antes, acumulando queda de 3,66 por cento no ano e de 3,16 por cento em 12 meses, sempre em números dessazonalizados.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encolheu 1,7 por cento no terceiro trimestre contra o período imediatamente anterior, no terceiro trimestre seguido de contração, segundo dados do IBGE.

O cenário de profunda deterioração econômica é agravado pela forte crise política com o processo de impeachment contra a presidente Dilma Roussef. Tudo isso já levou as agências de classificação de risco Standard & Poor's e Fitch a cortar o rating do país e retirar seu selo de bom pagador, e a Moody's a colocar a nota do Brasil em revisão para rebaixamento.
Na pesquisa Focus do Banco Central, economistas veem que a contração econômica vai se prolongar para 2016, com o PIB recuando 3,62 por cento em 2015 e 2,67 por cento no próximo.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, assim como o impacto dos impostos sobre os produtos.

Reuters
http://www.dci.com.br/economia/economia-inicia-4%C2%BA-tri-com-retracao-pior-que-a-esperada-id517269.html

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Economistas passam a ver alta dos juros em 2016, mas também esperam mais inflação.

Projeção para a Selic no ano que vem agora é de 14,63% na mediana das expectativas. A primeira alta da taxa de juros acontecerá em março, de 0,50 ponto percentual.

SÃO PAULO - Diante das persistentes pressões inflacionárias e das sinalizações do Banco Central de que pretende voltar a elevar os juros básicos em breve, economistas passaram a esperar nova alta nos juros básicos em 2016, com o primeiro movimento em março.

Pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira, que ouve semanalmente uma centena de economistas, mostrou que a projeção para a Selic no ano que vem agora é de 14,63 por cento na mediana das expectativas. Na semana passada, a expectativa era de que a taxa permanecesse nos atuais 14,25 por cento.

A primeira alta da taxa de juros acontecerá em março, de 0,50 ponto percentual, segundo o cenário traçado na pesquisa, com outras duas de 0,25 ponto percentual cada em seguida, o que levaria a Selic a 15,25 por cento. Segundo o levantamento, a taxa básica voltaria a cair a partir de setembro.
Com o próprio BC piorando suas estimativas para a inflação e adotando retórica cada vez mais dura, o mercado de DIs já vinha precificando pelo menos três aumentos de 0,50 ponto percentual na taxa a partir de janeiro.

Mesmo com a expectativa de aperto monetário, as estimativas para a inflação não arrefecem. A projeção para a alta do IPCA no fim de 2016 agora é de 6,80 por cento, 0,10 ponto percentual maior do que na semana anterior.
Para 2015, a estimativa passou a 10,61 por cento, contra 10,44 por cento. Nos dois anos, a inflação estouraria o teto da meta, que é de 4,5 por cento pelo IPCA, com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Em novembro, a inflação superou dois dígitos pela primeira vez em 12 anos, chegando a 10,48 por cento no acumulado em 12 meses.

Para 2017, o Focus aponta expectativa de que o IPCA subirá 5,10 por cento, acima do centro da meta oficial, de 4,5 por cento, mas com tolerância de 1,5 ponto percentual.
As perspectivas de inflação permanecem elevadas mesmo diante do cenário de deterioração da economia. Para este ano a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) agora é de contração de 3,62 por cento, contra queda de 3,50 por cento na pesquisa anterior.

Para 2016 é esperada retração de 2,67 por cento, contra recuo de 2,31 por cento antes, com forte piora do desempenho da produção industrial. A perspectiva para o setor no ano que vem é de uma queda de 3,45 por cento, contra recuo de 2,40 por cento antes.
Veja abaixo os dados sobre a expectativa do mercado, pela mediana das projeções:
2015 2016

Indicador Anterior Atual Anterior Atual
.IPCA 10,44% 10,61% 6,70% 6,80%
.Dólar (fim do ano) R$3,95 R$3,90 R$4,20 R$4,20
.Selic (fim do ano) - - 14,25% 14,63%
.Dívida líquida/PIB 35,55% 35,50% 40,00% 40,40%
.PIB (crescimento) -3,50% -3,62% -2,31% -2,67%
.Indústria (crescimento) -7,60% -7,70% -2,40% -3,45%
.Conta corrente (US$ bi) -64,40 -64,00 -39,68 -39,52
.Balança (US$ bi) 15,00 15,00 31,44 31,44
.IED (US$ bi) 62,60 62,40 57,00 55,00
.Preços administrados 17,65% 18,00% 7,35% 7,50%
(Por Camila Moreira)

Reuters
http://www.dci.com.br/economia/economistas-passam-a-ver-alta-dos-juros-em-2016-id515925.html

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Crise no Brasil prejudica setor aéreo da América Latina.
 
Marcelo Camargo/(Arquivo) ABr
Aeroporto de Guarulhos
Aeroporto de Guarulhos: as companhias aéreas no Brasil registraram perdas totais equivalentes a US$ 400 milhões
 
Da EFE

Genebra - A crise no Brasil afetou o setor aéreo na América Latina, que fechará o ano de 2015 com resultados decepcionantes:um prejuízo de US$ 300 milhões em vez dos US$ 600 milhões de lucro previstos inicialmente.
Os números foram divulgados nesta quinta-feira pela Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata), que apresentou a situação do segmento em nível mundial e as perspectivas financeiras para 2016.

"A profunda crise no Brasil prejudicou a indústria em todo o continente. E a situação piorou pelas políticas governamentais que inflam o preço do combustível e pelos custos de infraestruturas-chaves", disse o diretor-geral da Iata, Tony Tyler.

As companhias aéreas no Brasil registraram perdas totais equivalentes a US$ 400 milhões, o que provocou uma redução de sua capacidade e de pessoal, afirmou o vice-presidente da Iata para as Américas, Peter Cerda.
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O diretor disse que o Brasil possui uma burocracia excessiva, que dificulta a realização de negócios. Além disso, indicou que o custo das operações no país entre os mais elevados do mundo. A desvalorização do dólar foi outro fator da difícil situação das companhias aéreas no Brasil. Os custos aumentaram em 24% em 2015, enquanto as receitas subiram apenas 3,7%.

Com um preço do combustível 50% superior ao pago pelas outras companhias aéreas da região. Cerca indicou que esse é um dos aspectos que mais precisa de mudança no país.
"É preciso uma política nacional transparente, que estabeleça os preços para o combustível com uma fórmula que evite que eles sejam abusivos para as companhias aéreas", indicou Cerca.

http://exame.abril.com.br/economia/noticias/crise-no-brasil-prejudica-setor-aereo-da-america-latina

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Retração do PIB em 2016 passa de 2,04% para 2,31%, aponta Relatório Focus.

Para este ano, perspectiva de contração avançou de 3,19% para 3,50%; ajustes são reflexo da divulgação, na semana passada, do PIB do 3º trimestre, que veio pior do que o esperado.

Focus projeta retração do PIB em 2016 de 2,31%
Focus projeta retração do PIB em 2016 de 2,31%
Foto: Dreamstime
BRASÍLIA - Com um resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre do ano um pouco pior do que o imaginado para o terceiro trimestre, o Relatório de Mercado Focus desta segunda-feira, 7, trouxe mais ajustes para as expectativas em torno dos dados de atividade do País. De acordo com o documento divulgado pelo Banco Central, a perspectiva de retração da atividade do ano que vem passou de 2,04% para 2,31%. Há um mês, a mediana das projeções estava em -1,90%.

Para 2015, a perspectiva de contração avançou de 3,19% para 3,50% - um mês antes estava em queda de 3,10%. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% sua estimativa para a retração econômica deste ano. Uma nova edição desse documento será divulgada até o Natal.

No caso da produção industrial, a mediana das expectativas para 2015 saiu de -7,50% para -7,60% - um mês antes estava em -7,40%. Para 2016, passou de -2,30% para -2,40%. Há quatro semanas, estava em -2,00%.

Já na relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB de 2015, a projeção dos analistas passou por um leve ajuste, saindo de 35,50% para 35,55% - quatro edições antes estava em 35,80%. Para 2016, a taxa foi mantida em 40,00% pela segunda semana seguida - um mês antes estava em 39,60%.

Superávit comercial
O Relatório Focus revelou uma queda das estimativas dos analistas para a balança comercial de 2016. O ponto central da pesquisa passou de US$ 31,68 bilhões para US$ 31,44 bilhões - quatro edições atrás do documento, estava em US$ 29 bilhões. No caso de 2015, a mediana das previsões foi mantida em US$ 15 bilhões de uma semana para outra. Quatro boletins atrás, estava em US$ 14,60 bilhões.

As previsões de déficit para a conta corrente de 2015 caíram, passando de US$ 64,70 bilhões para US$ 64,40 bilhões - um mês antes estava em US$ 65 bilhões. Para 2016, a perspectiva de saldo negativo foi mantido em US$ 39,68 bilhões - um mês antes estava em US$ 42,55 bilhões.

Nos últimos meses, segundo participantes, os analistas tentam reestimar as projeções levando em consideração a mudança de metodologia da nota do setor externo, em abril. A mediana das previsões para o novo Investimento Direto no País (IDP) saiu de US$ 62,80 bilhões para US$ 62,60 bilhões para 2015 pela terceira semana seguida. Um mês atrás, estava em US$ 62,30 bilhões. Para 2016, caiu de US$ 58 bilhões para US$ 57 bilhões. Quatro semanas atrás, estava em US$ 60 bilhões.

Estadão Conteúdo
http://www.dci.com.br/economia/focus-piora-projecao-para-pib-em-2016-para-retracao-de-2,31-id514228.html

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

IPC-Fipe sobe 1,06% em novembro e deixa inflação acumulada no ano em 10,17%.

Índice que mede a inflação na cidade de São Paulo acelerou em relação à variação de 0,88% em outubro e acumula alta de 10,49% em 12 meses.

IPC-Fipe sobe 1,06% em novembro
IPC-Fipe sobe 1,06% em novembro
Foto: Lazyllama/Dreamstime

SÃO PAULO - O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, teve alta de 1,06% em novembro, acelerando-se em relação à leitura de outubro, quando subiu 0,88%.
O resultado apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) ficou acima da mediana das previsões de 14 instituições consultadas pelo AE Projeções, de aumento de 1,01%, mas dentro das estimativas, que eram de altas de 0,78% a 1,10%.

Entre janeiro e novembro, o índice teve aumento de 10,17%. No período de 12 meses até novembro, a inflação acumulada foi de 10,49%.
Em novembro, dois grupos de produtos que têm forte peso no IPC-Fipe aceleraram seus ganhos em comparação a outubro. Em alimentação, houve aumento de 2,26% nos preços no mês passado, significativamente maior que o acréscimo de 1,31% visto em outubro. Já a taxa de inflação de habitação foi de 0,35% em outubro para 0,49% em novembro.

Por outro lado, a inflação de transportes diminuiu, de 1,55% em outubro para 1,10% em novembro, enquanto a de Despesas Pessoais recuou de 0,91% para 0,82%, a de saúde caiu de 0,82% para 0,63%, a de vestuário declinou de 0,62% para 0,50% e a de educação, de 0,21% para 0,17%.

Veja como ficaram os itens que compõem o IPC em novembro:
Habitação: 0,49%
Alimentação: 2,26%
Transportes: 1,10%
Despesas Pessoais: 0,82%
Saúde: 0,63%
Vestuário: 0,50%
Educação: 0,17%
Índice Geral: 1,06%

Estadão Conteúdo
http://www.dci.com.br/economia/ipcfipe-sobe-1,06-em-novembro-e-acumula-10,17-no-ano-id513499.html

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Dólar dispara cerca de 2% e se aproxima de R$3,90, por turbulências políticas. 

Moeda norte-americana atingiu 3,9237 reais na máxima da sessão, maior nível intradia desde 29 de outubro.
Às 15:43, o dólar avançava 1,98 por cento, a 3,8990 reais na venda
Às 15:43, o dólar avançava 1,98 por cento, a 3,8990 reais na venda
Foto: Reuters

SÃO PAULO - O dólar voltou a disparar cerca de 2 por cento nesta quinta-feira, perto de 3,90 reais, com investidores correndo para a segurança da moeda norte-americana diante de preocupações com o impacto da prisão do ex-presidente do BTG Pactual, André Esteves, sobre o mercado doméstico e com possíveis desdobramentos para o quadro político brasileiro.

Às 15:43, o dólar avançava 1,98 por cento, a 3,8990 reais na venda. A moeda norte-americana atingiu 3,9237 reais na máxima da sessão, maior nível intradia desde 29 de outubro, quando foi a 3,9574 reais.
No fim de semana, Esteves renunciou a todos os seus cargos no BTG após o Supremo Tribunal Federal (STF) mantê-lo preso por tempo indeterminado por suspeita de obstrução da operação Lava Jato, que investiga escândalo bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras.

A preocupação é de que mais denúncias possam surgir no campo político ou que o próprio BTG seja muito afetado, o que poderia obrigá-lo a desmontar posições no mercado e, assim, afetar a liquidez. Novas denúncias contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também se somavam ao quadro de incertezas.
"A volatilidade é a regra, não dá para ter grandes certezas", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Investidores também adotavam cautela antes da votação da meta de resultado primário deste ano, marcada para terça-feira no Congresso Nacional, em meio a turbulências após a prisão do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS).

O dólar operou em alta durante toda a sessão, mas chegou a apresentar avanços bem menores na parte da manhã, batendo na mínima de 3,8347 reais do dia. Operadores atribuíram a volatilidade matutina à briga pela formação da Ptax de novembro, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais.
Outro motivo que teria levado o dólar a afastar-se das máximas do dia foi a atuação do Banco Central, embora esse movimento não tenha se sustentado pela tarde. A autoridade monetária fez nesta tarde leilão de venda de até 2,75 bilhões de dólares com compromisso de recompra, com fim de rolar as linhas que vencem em dezembro.

Além disso, o BC também dará início na terça-feira à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, sinalizando que deve repor integralmente os contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
"O BC adotou a atitude correta. Ele quer evitar que o mercado engrene em um círculo vicioso de pessimismo como aquele que vimos há alguns meses", disse o operador de um banco internacional, referindo-se à escalada da moeda norte-americana em agosto e setembro, que levou o BC e o Tesouro Nacional a atuarem de forma conjunta no mercado.

Reuters
http://www.dci.com.br/financas/dolar-dispara-cerca-de-2-para-r$-3,89-por-turbulencias-politicas-id512679.html

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Inadimplência no mercado de crédito brasileiro sobe a 5% em outubro, diz BC.
 

O estoque total de crédito no país teve recuo de 0,1% contra o mês anterior, a R$ 3,157 tri, equivalente a 54,7% do PIB.

Inadimplência no mercado de crédito subiu a 5%
Inadimplência no mercado de crédito subiu a 5%
Foto: Divulgação
BRASÍLIA - A inadimplência no mercado de crédito brasileiro no segmento de recursos livres subiu a 5 por cento em outubro, contra 4,9 por cento em setembro, informou o Banco Central nesta sexta-feira.
O estoque total de crédito no país, que também inclui o segmento de recursos direcionados, teve recuo de 0,1 por cento contra o mês anterior, a 3,157 trilhões de reais, equivalente a 54,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
(Por Marcela Ayres)

Reuters
http://www.dci.com.br/financas/inadimplencia-sobe-a-5-em-outubro,-diz-bc-id512247.html

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Boa Vista: demanda do consumidor por crédito sobe 0,4% em outubro ante setembro.

No acumulado dos dez primeiros meses do ano, há retração de 7,7% ante igual intervalo de 2014.

Na comparação com outubro do ano passado, houve queda de 0,6%
Na comparação com outubro do ano passado, houve queda de 0,6%
Foto: Fotos Públicas

SÃO PAULO - A demanda do consumidor por crédito cresceu 0,4% em outubro ante setembro, descontados os efeitos sazonais, segundo pesquisa da Boa Vista SCPC. Na comparação com outubro do ano passado, houve queda de 0,6%. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, há retração de 7,7% ante igual intervalo de 2014. Em 12 meses, a procura registra baixa de 8,3%.

Considerando os segmentos que compõem o indicador, a demanda nas instituições financeiras caiu 7,7% em outubro, na margem, enquanto para o segmento não financeiro houve avanço de 5,9%. Na variação anual, as taxas foram de queda de 3,6% e alta de 1,5%, respectivamente.

Na avaliação da instituição, o consumidor tem sido mais cauteloso em tempos de incerteza econômica e, como consequência, a demanda por crédito vem desacelerando gradativamente desde meados de 2014. 

"Ademais, os fatores macroeconômicos também têm contribuído decisivamente para piora do índice ao longo dos últimos meses. Alta das taxas de juros, inflação consistentemente elevada e piora do mercado de trabalho são apenas algumas das variáveis condicionantes deste cenário", diz o relatório da Boa Vista.

O indicador da Boa Vista é elaborado a partir da quantidade de consultas de CPF à base de dados da empresa. As séries têm como ano base a média de 2011 = 100 e passam por ajuste sazonal para avaliação da variação mensal.

Estadão Conteúdo
http://www.dci.com.br/financas/demanda-do-consumidor-por-credito-sobe-0,4-em-outubro-id511957.html

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Dívida líquida das empresas avançou 43,4% no 3º tri com pressão cambial.

Endividamento alcançou R$ 1,026 trilhão, segundo a Economatica; oscilações futuras do dólar podem influenciar ainda mais as obrigações das firmas de capital aberto sem contrato de hedge.

 

São Paulo - A alta do dólar pressionou o endividamento líquido das empresas brasileiras de capital aberto no terceiro trimestre deste ano. No período, a dívida das companhias cresceu 43,4%, ante terceiro trimestre de 2014, alcançando montante de R$ 1,026 trilhão.
Como grande parte das empresas listadas Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa) ainda não possui contratos de hedge cambial (proteção), oscilações futuras do dólar podem influenciar ainda mais o endividamento das companhias, avalia Alexandre Wolwacz, sócio-fundador da Escola de Investimento Leandro & Stormer.

O número de R$ 1,026 trilhão, levantado pela empresa de informações financeiras Economatica, inclui o desempenho de 218 companhias de capital aberto, além dos balanços da Petrobras, Vale e Eletrobras. Retirando essas três da conta, a dívida líquida cai para R$ 487,34 bilhões, alta de 30,5% ante terceiro trimestre de 2014.
Para especialistas, o dólar é o principal fator de expansão do endividamento das companhias. De setembro de 2014 a setembro de 2015, por exemplo, a valorização do dólar frente ao real foi de 62,04%, saindo de um patamar de R$ 2,45 para R$ 3,97%, no período.

De julho a setembro deste ano, o câmbio também sofreu forte oscilação, indo de R$ 3,14 para R$ 3,96, valorização de 26,11% em relação a moeda nacional.
"Há um grupo grande de empresas listadas na Bolsa que não estão protegidas através de contratos de hedge, o que traz riscos para o desempenho delas. Pois, quando o dólar sobe, a dívida das companhias se eleva em proporção parecida. Em um momento em que as companhias estão produzindo menos em reais, o cenário se agrava. É preciso de mais reais para arcar com a dívida em dólar", diz Wolwacz.
"Essa avaliação não inclui, entretanto, as empresas exportadoras, que já possuem dólar em seu fluxo de caixa", acrescenta o especialista.
Para Wolwacz, o câmbio ainda é um risco para empresas, apesar da estabilidade deste trimestre. "Ainda que o câmbio esteja mais estável nesse mês, é importante que as empresas estejam protegidas para evitar maiores prejuízos no futuro. Há uma expectativa, por exemplo, de retorno da alta da moeda estrangeira no primeiro trimestre de 2016", especula.

Estresse no mercado
Alexandre Espírito Santo, professor de finanças do Ibmec do Rio de Janeiro e economista da Órama, diz que qualquer estresse no mercado pode, de fato, pressionar mais o endividamento das companhias ainda neste ano.
Porém, avalia que a "grande oscilação" do dólar já passou e que, até o final de dezembro, a tendência é de estabilidade (alcançando R$ 3,80 em sua projeção). "Por isso, acredito que o grande prejuízo da variação cambial no balanço das empresas já ocorreu. O endividamento delas tende a se manter no mesmo patamar até o final do ano", afirma.
"Contudo, um aumento da taxa de juros norte-americana ou um outro rebaixamento de nota de crédito do País, por exemplo, pode elevar o nível de endividamento das companhias, colocando em risco também o lucro das mesmas", contrapõe o professor. Ontem, o dólar fechou em R$ 3,73.

Lucro
A variação cambial foi, inclusive, um dos principais fatores de queda do lucro (-81,1) de 218 companhias de capital aberto no terceiro trimestre de 2015, ante o mesmo período do ano passado.
De julho a setembro deste ano, o lucro das companhias somou R$ 2,37 bilhões. Nos mesmos meses de 2014, essas acumularam R$ 12,55 bilhões.
As despesas com juros e variação cambial derrubaram o resultado. Esses gastos cresceram 151% no terceiro trimestre deste ano, ante igual período de 2014, saltando de R$ 26,23 bilhões para R$ 65,85 bilhões.

Colocando na conta os resultados da Petrobras, Vale e Eletrobras, as despesas com juros e variação cambial sobem para R$ 121,85 bilhões entre julho e setembro de 2015, alta de 206,6% em relação ao montante registrado no ano passado.
"O avanço do dólar foi tão intensa que elevou consideravelmente as despesas financeiras das companhias", comenta Einar Rivero, gerente de relacionamento Institucional da Economatica.

Paula Salati
http://www.dci.com.br/economia/divida-liquida-das-empresas-avancou-43%2C4-no-3%C2%BA-tri-com-pressao-cambial-id511224.html

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Entre 12 maiores economias, Brasil será a única em recessão.

Rio de Janeiro
Entre as 12 maiores economias e blocos econômicos do mundo, país é o único que deve registrar queda do PIB no ano que vem
Fernando Nakagawa, do Estadão Conteúdo
Correspondente, do Estadão Conteúdo

Londres - Entre as 12 maiores economias e blocos econômicos do mundo com previsões no novo relatório "Global Economics Analyst" produzido pelo Goldman Sachs, o Brasil é o único que deve registrar queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016. Para o banco, todos os demais países devem ter crescimento no próximo ano. Até mesmo a Rússia - país que divide com o Brasil o posto de pior desempenho do G-20 - voltará a registrar expansão no próximo ano.

De acordo com o relatório divulgado na última semana em Londres, a economia brasileira seguirá em recessão mesmo no ano da Olimpíada no Rio de Janeiro, quando terá contração de 1,6%.
A Rússia, país que deve ter contração do PIB de 3,5% neste ano, caminha para a recuperação e deve ter expansão da economia de 1,5% no próximo ano, prevê o banco. Outros grandes emergentes terão desempenho muito superior ao esperado para o Brasil: Índia terá avanço de 7,8% e China, 6,4%.
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No grupo dos desenvolvidos, não há nenhum país com números negativos. Os Estados Unidos devem crescer 2,2% em 2016, o Japão terá avanço de 1% e o conjunto da zona do euro, 1,7%, prevê o Goldman Sachs. Entre os europeus, o crescimento deverá ser liderado pelo Reino Unido (+2,7%) seguido pela Espanha (2,5%), Alemanha (+1,8%), Itália (+1,6%) e a França (+1,4%).

http://exame.abril.com.br/economia/noticias/brasil-sera-unico-em-recessao-em-2016-aponta-goldman-sachs

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Desembolsos do BNDES somam R$105,5 bi até outubro, queda de 28%.

Aprovações de empréstimos, no valor de R$ 81 bilhões, caíram 46%, mesmo percentual de recuo das consultas.

Setor de infraestrutura foi o que mais demandou financiamentos do BNDES e recebeu R$ 40,8 bilhões
Setor de infraestrutura foi o que mais demandou financiamentos do BNDES e recebeu R$ 40,8 bilhões
Foto: Dreamstime
SÃO PAULO - Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) somaram 105,5 bilhões de reais entre janeiro e outubro deste ano, queda de 28 por cento na comparação com o mesmo período de 2014, informou a instituição nesta quinta-feira.

As aprovações de empréstimos, no total de 81 bilhões de reais, recuaram 46 por cento, mesmo percentual de redução das consultas, que totalizaram 108,6 bilhões de reais. No período, o setor de infraestrutura, foi o que mais demandou financiamentos do banco e recebeu 40,8 bilhões de reais.

Reuters
http://www.dci.com.br/financas/desembolsos-do-bndes-caem-28-ate-outubro,-para%C2%A0r$-105,5-bi-id510463.html

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Atividade econômica do Brasil encolhe pelo quarto trimestre seguido, mostra BC.

IBC-Br registrou recuo de 0,50 por cento em setembro, depois de cair 0,76 por cento em agosto.

dinheiro cédulas crédito inflação financiamento endividamento inadimplência
Dinheiro cédulas crédito inflação financiamento endividamento inadimplência
Foto: Frederico Cardoso/Dreamstime
SÃO PAULO - A atividade econômica brasileira encerrou com contração de 1,41 por cento o terceiro trimestre, o quarto seguido de perdas num ambiente de incertezas fiscais e políticas no país.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado nesta quarta-feira, espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou recuo de 0,50 por cento em setembro, depois de cair 0,76 por cento em agosto, segundo dados divulgados pelo BC nesta quarta-feira.
O resultado de setembro, o quarto mês seguido de perdas este ano na base mensal, foi levemente melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters com analistas, de queda de 0,60 por cento.

O terceiro trimestre é o quarto seguido em que o IBC-Br mostra recuo, após taxas negativas de 2,09 por cento no segundo, 1,05 por cento no primeiro e de 0,50 por cento no quarto trimestre de 2014.
O BC ainda apontou que o IBC-Br caiu 5,85 por cento em setembro sobre o mesmo mês do ano passado, chegando a uma queda acumulada de 3,37 por cento no ano e de 2,73 por cento em 12 meses, sempre em números dessazonalizados.

O resultado aprofunda ainda mais o cenário de recessão do país, na qual o Brasil entrou no segundo trimestre, quando encolheu 1,9 por cento sobre os três meses anteriores segundo os dados do IBGE.
Nesse ambiente, os resultados negativos de vários setores da atividade vêm se repetindo de forma recorrente, somando-se aos juros e inflação altos, piora do mercado de trabalho e confiança em deterioração diante das incertezas políticas.
Em setembro, a produção industrial registrou queda de 1,3 por cento sobre agosto, pior resultado para o mês na série histórica, enquanto as vendas no varejo recuaram 0,5 por cento.

Segundo a pesquisa Focus do BC, que ouve semanalmente uma centena de economistas, a expectativa é de que o PIB registre contração de 3,10 por cento este ano, com a fraqueza avançando para 2016, quando a queda esperada é de 2 por cento.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, assim como o impacto dos impostos sobre os produtos.

Reuters
http://www.dci.com.br/economia/atividade-economica-encolhe-pelo-4%C2%BA-trimestre-seguido,-diz-bc-id510111.html

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Câmbio para fim de 2015 cai de R$ 4,00 para R$ 3,96, prevê Focus.

Para o encerramento de 2016, a mediana das estimativas para o dólar seguiu em R$ 4,20.

Funcionária conta notas de dólar norte-americano em casa de câmbio em Hanói
Funcionária conta notas de dólar norte-americano em casa de câmbio em Hanói
Foto: Reuters
BRASÍLIA - O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 16, pelo Banco Central trouxe uma queda das previsões para a cotação do dólar depois de uma semana de estabilidade. De acordo com o boletim, a moeda deve chegar ao final deste ano comercializada a R$ 3,96 e não mais a R$ 4,00 como era o esperado até a semana passada e também um mês antes. Com isso, o câmbio médio de 2015 caiu de R$ 3,40 para R$ 3,39 - quatro edições da pesquisa atrás, a mediana das expectativas estava em R$ 3,41.
Para o encerramento de 2016, a mediana das estimativas para o dólar seguiu em R$ 4,20 de uma semana para outra. Há quatro edições do Focus a perspectiva era de uma cotação de R$ 4,13. Já o ponto central da pesquisa para a cotação média de 2016 diminuiu de R$ 4,11 para R$ 4,08 de uma semana para outra. Um mês antes, a mediana estava em R$ 4,03.

Superávit comercial
O Relatório Focus voltou a trazer melhoras das estimativas do mercado financeiro para o setor externo. No caso da balança comercial, a mediana das projeções para 2015 subiu de US$ 14,60 bilhões para US$ 14,95 bilhões de uma semana para outra. Quatro boletins atrás, estava em US$ 13,20 bilhões.
Para 2016, o ponto central da pesquisa também foi deslocado de US$ 29,00 bilhões para US$ 30,55 bilhões - quatro edições atrás do documento, estava em US$ 25,00 bilhões.
As previsões para a conta corrente, por sua vez, passaram por ajustes para baixo ante a semana anterior. No caso de 2015, passou de US$ 65,00 bilhões, mesma previsão apontada um mês antes - para US$ 64,85 bilhões. Já para 2016, a perspectiva de saldo negativo diminuiu de US$ 42,55 bilhões para US$ 40,95 bilhões - um mês antes estava em US$ 47,75 bilhões.
Nos últimos meses, segundo participantes, os analistas tentam reestimar as projeções levando em consideração a mudança de metodologia da nota do setor externo, em abril. A mediana das previsões para o novo Investimento Direto no País (IDP) subiu de US$ 62,30 bilhões para US$ 62,80 bilhões para 2015, mas caiu de US$ 60 bilhões para US$ 58 bilhões no caso de 2016, após quatro semana de estabilidade.

Estadão Conteúdo
http://www.dci.com.br/economia/cambio-para-fim-de-2015-cai-de-r$-4,00-para-r$-3,96,-preve-focus-id509477.html

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

BNDES tem alta de 62% no lucro do 3º tri a R$3,1 bi.

Intermediação financeira impactou positivamente no resultado, segundo o banco.


Sede do BNDES (à direita) no centro do Rio de Janeiro.
Sede do BNDES (à direita) no centro do Rio de Janeiro.
Foto: Reuters
SÃO PAULO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou nesta sexta-feira lucro de 3,1 bilhões de reais no terceiro trimestre, alta de 62 por cento sobre um ano antes.
Segundo o banco de fomento, a melhora do resultado final de julho a setembro foi influenciado, entre outras coisas, pelo aumento do resultado de intermediação financeira.

Reuters
http://www.dci.com.br/financas/bndes-tem-alta-de-62-no-lucro-do-3%C2%BA-tri-a-r$3,1-bi-id509061.html

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Inadimplência de empresas de emergentes deve aumentar para 7% em 2016, diz Barclays.

Patamar seria quase o dobro dos níveis registrados neste ano com um cenário global difícil para crédito.
Barclays disse que a inadimplência de dívidas dos últimos 12 meses para empresas de mercados emergentes com classificações ruins agora está em 3,8%
Barclays disse que a inadimplência de dívidas dos últimos 12 meses para empresas de mercados emergentes com classificações ruins agora está em 3,8%
Foto: Forest Path/Dreamstime
LONDRES - A taxa de inadimplência de empresas de países emergentes pode atingir 7 por cento até o fim de 2016, quase o dobro dos níveis deste ano, diante de um cenário global mais difícil para financiamentos, segundo o banco de investimentos Barclays.

Empresas que embarcaram numa farra de empréstimos durante os anos de crédito fácil após 2009 enfrentam um aumento nos custos dos financiamentos conforme o Federal Reserve se prepara para elevar as taxas de juros dos Estados Unidos. O aumento chegará quando dívidas assumidas por volta de 2010 começarem a vencer.

Em uma nota recebida nesta terça-feira, o Barclays disse que a inadimplência de dívidas dos últimos 12 meses para empresas de mercados emergentes com classificações ruins agora está em 3,8 por cento, após subir de maneira constante desde a mínima recorde de 0,7 por cento atingida em 2011.

O banco vê o índice em 6,5 a 7 por cento até o fim de 2016.
"O aumento do Fed deve manter a volatilidade de câmbio elevada; os preços das commodities devem seguir sob pressão; as condições bancárias para empréstimos em mercados emergentes podem ficar mais difíceis. 

Acreditamos que estes fatores, junto com alto custo de financiamento, contribuirão para taxas de inadimplência maiores nos emergentes em 2016", disse o Barclays.

Reuters
http://www.dci.com.br/internacional/inadimplencia-de-empresas-de-emergentes-deve-aumentar-para-7-em-2016,-diz-barclays-id508184.html

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Trabalhador por conta própria ganha força, mas informalidade aumenta.

Mais de 22 milhões de brasileiros têm empreendimentos sem empregados remunerados. Quase um milhão de pessoas entraram no setor, que surge como uma alternativa ao emprego formal.


São Paulo - O número de brasileiros que tem seu próprio empreendimento e não conta com empregados aumentou quase um milhão durante o último ano. Já são mais de 22 milhões de conta própria no País.
O segmento teve expansão de 4,4% em 12 meses, levando a quantidade de brasileiros que trabalham por conta a 22,1 milhões no trimestre encerrado em agosto. Em igual período de 2014, 21,2 milhões de pessoas se encontravam nessa situação. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Esse aumento está ligado ao processo migratório de pessoas que eram trabalhadores com carteira, deixaram o mercado formal e abriram seus empreendimentos. Há uma migração da formalidade para a informalidade", comentou Cimar Azeredo, coordenador no IBGE.

A quantidade de trabalhadores com carteira assinada caiu 3% em um ano, o que significa o fechamento de 1,09 milhão de vagas formais em doze meses. No trimestre encerrado em agosto deste ano, 35,5 milhões de brasileiros estavam nessa situação.
Para Antonio Carlos Alves dos Santos, professor de economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), "esse aumento [da informalidade] é negativo pois, como não há recolhimento de tributos, há impacto na arrecadação e, para a previdência, isso é uma grande tragédia". Ele ponderou, porém, que "nem todo o conta própria trabalha informalmente".
Santos considera que "em uma análise otimista, pode-se pensar que existem algum novos empreendimentos que começam pequenos e informais e, depois, se transformam e crescem". Mas completou que "no geral, isso não costuma acontecer". Ele disse que "é complicado passar para a formalidade no Brasil" e que "não há incentivo para isso, principalmente por causa da carga tributária e da burocracia envolvidas". Santos concluiu: "se você cria o hábito de viver na informalidade, é difícil mudar mais tarde".
Cimar Azeredo falou também ao DCI sobre as áreas com presença mais destacada dos conta própria no País. "O maior número está no comercio, com 4,6 milhões. Depois, aparecem a área agrícola, com 4,5 milhões e a de construção, com 3,6 milhões. Proporcionalmente, há maior presença na área de construção, com os conta própria representando 50% do contingente".

Ao mesmo tempo, segundo o IBGE, a renda média dos conta própria baixou para R$ 1.425 no trimestre encerrado em agosto, queda de 1,8% em um ano. O rendimento é inferior ao dos trabalhadores com carteira assinada (R$ 1.794), servidores do setor público (R$ 2.817) e dos empregadores, os patrões (R$ 5.048). Procurar um trabalho e não encontra-lo já é parte da rotina de 8,8 milhões de brasileiros, um crescimento de 29,6% na comparação entre os trimestres encerrados em agosto deste ano e de 2014.
A taxa de desemprego chegou a 8,7% no oitavo mês de 2015, ante 6,9% em igual período do ano passado. E esse aumento também está ligado à expansão dos conta própria.

Desemprego
"Você perde seu emprego com carteira e abre o seu próprio empreendimento, ficando sem plano de saúde e outros benefícios e com um salário menor. Isso faz com que seu filho ou sua mulher passe a buscar emprego também. Ou seja, essa perda de estabilidade faz com que mais pessoas entrem no mercado de trabalho, principalmente para compor a renda familiar", concluiu Azeredo.

Renato Ghelfi

http://www.dci.com.br/economia/trabalhador-por-conta-propria-avanca,-mas-informalidade-sobe-id507728.html